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Na Câmara, MST faz cobrança por Reforma Agrária

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), junto com outras organizações sociais do campo, tenta impulsionar a pauta da Reforma Agrária em todo o Brasil. Após 2012 ter ficado marcado pelos baixíssimos índices de desapropriação de terras e assentamentos, os movimentos sociais tentam pressionar em várias frentes o avanço no tema, colocado de lado da pauta política do País. 

 
Na última terça-feira (26), o Acampamento Permanente Hugo Chávez, montado no início de março em Brasília pelos movimentos sociais, participou de um ato na Câmara dos Deputados e aproveitou para fazer duras cobranças em relação à Reforma Agrária.
 
No seio do poder político dos ruralistas – maior bancada do Congresso Nacional –, militantes do MST cobraram a atuação do parlamento. “O modelo do agronegócio avança cada vez mais. Enquanto isso, temos mais de 150 mil famílias acampadas em fazendas e em beiras de rodovias esperando serem assentadas”, criticou Amanda Mateus, integrante da coordenação nacional do movimento.
 
A manifestação foi inicialmente convocada, porém, para cobrar a saída do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), um dos principais temas do Congresso nas últimas semanas. “O MST entende que ele representa os interesses da elite deste País, além de ser racista e preconceituoso. Suas posições desonram o legislativo”, afirmou Antonio Pereira, também da coordenação do movimento.
 
O MST aproveitou a ocasião para impulsionar a pauta da Reforma Agrária. Pereira defendeu o direito à terra e cobrou a apuração de crimes cometidos pelo latifúndio contra os trabalhadores rurais. “O acampamento Hugo Chávez está em Brasília para alertar o Estado brasileiro para a urgência da democratização da terra”.
 
O deputado federal Padre Ton (PT-RO) afirmou que o governo federal precisa dar uma solução rápida às mais 150 mil famílias acampadas no país. “O direito à terra, à água e à Reforma Agrária são fundamentais para os camponeses”, afirmou.
 
O descontentamento dos movimentos não é à toa. Desde 2010, menos de 44 mil famílias foram assentadas em todo o País. O governo Dilma é o que menos desapropriou imóveis rurais desde Fernando Henrique Cardoso: apenas 86 imóveis rurais foram destinadas a assentamentos. 
 
O Brasil tem hoje 1,23 milhão de famílias assentadas, e estima-se que haja, ainda, uma demanda de assentamento para pelo menos mais um milhão.
 
Espírito Santo
 
O Espírito Santo, como esperado, acompanha a tendência nacional no quesito reforma agrária. Segundo Adelso Rocha Lima, da direção nacional do MST, em 2011 foram assentadas apenas 46 famílias no Estado. 
 
Em 2012, não houve nenhum assentamento de famílias ligadas ao MST, maior movimento social camponês do País. Quanto às famílias que não participam do movimento, não é possível saber o índice, já que o Incra ainda não liberou os dados.
 
Adelso Lima critica a política de reforma agrária do País. “A prioridade do governo é o agronegócio e o grande capital”, acusa. “A reforma agrária está em segundo, terceiro plano”. Para ele, as recentes movimentações fazem com que a importância da reforma agrária, em termos ambientais, políticos e de trabalho, seja deixada de lado.
 
Nacionalmente, é forte o argumento de que a atual situação de desmobilização do próprio MST tem contribuído para os baixos números de reforma agrária. Segundo Adelso Lima, as famílias continuam mobilizadas na luta por terras.
 
Para ele, o grande fator de desmobilização é mesmo o descaso com as políticas de reforma agrária. “Além disso, há uma grande investida do agronegócio, o que dificulta a luta”, 

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