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Metalúrgicos fecham rodovia em protesto contra empresas que atuam na Jurong

Diante da negativa de encerrar greve, empresas não disponibilizaram ônibus para trabalhadores retornarem para casa

Trabalhadores de empreiteiras que prestam serviço para o Estaleiro Jurong, em Aracruz, norte do Estado, fecharam a rodovia ES 010 na manhã desta terça-feira (10). Os metalúrgicos protestaram contra a retaliação das empresas em relação aos grevistas. Segundo o diretor executivo do Sindicato dos Metalúrgicos do Espírito Santo (Sindimetal), Roberto Pereira de Souza, foi negado a eles ônibus de retorno para casa, após a recusa de pôr fim ao movimento, como decidido em assembleia realizada na portaria do estaleiro.

As empresas são a GBJ, Niplan, Grow, Lupe, NPE, USM, BNG,  Pollomag, WQ Serviços e Entraco. Roberto relata que os trabalhadores pegaram os ônibus das empresas para irem ao trabalho, mas deixaram claro que retornariam às atividades somente se houver negociação. Como não houve, foi negado o translado de volta, o que revoltou os grevistas. “Muitos moram longe, como em Cariacica, Serra e Fundão”, diz Roberto. Segundo ele, o fechamento da rodovia ocorreu por volta das 10h, sendo finalizado por volta das 13h, e os ônibus foram liberados para os trabalhadores às 15h. 

A realização da assembleia em frente à portaria da Jurong foi possível após resposta do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ao embargo de declaração do Sindimetal, que questionou a determinação judicial de “imediata desocupação, pelos grevistas, das portarias dos parques industriais vinculados ao suscitante, bem como se abstenha de proibir o acesso de pessoas e veículos à empresa e ao canteiro de obras daqueles que pretendem laborar, e fazer quaisquer tipos de trabalho em razão de seus direitos constitucionalmente garantidos”. 
Em nova manifestação do TRT, o desembargador Marcello Maciel Mancilha destaca que “a fim de se evitar excessos, visando aperfeiçoar a decisão, esclareço que a determinação de desocupação das portarias dos parques industriais limita-se a desocupação dos portões de acesso da empresa, ou seja, não seja obstada a entrada/saída”.

Na decisão judicial questionada pelo sindicato, o TRT também negou o pedido do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Espírito Santo (Sindifer), para que fosse declarada a ilegalidade do movimento grevista dos metalúrgicos. O movimento teve início em 26 de outubro. Os trabalhadores reivindicam 5% de reajuste para quem recebe mais que o piso; 12% para quem recebe o piso; e cartão alimentação de R$ 590,00. Também querem manutenção das cláusulas do acordo coletivo e plano de saúde 100% custeado pelas empresas. 
Em assembleias realizadas nessa segunda-feira (9) e terça-feira (10), a maioria dos metalúrgicos que atuam na Simec –  antiga ArcelorMittal Cariacica – aprovaram a proposta apresentada pela empresa para renovação do Acordo Coletivo. O resultado concede reajuste salarial de 3,89% a partir de 1º de outubro deste ano, aplicado sobre o salário de setembro de 2020; abono no valor de R$ 850,00 a ser pago em até 10 dias úteis após a assinatura do acordo; retorno de férias correspondente a 62,5% do salário base; auxílio creche com reembolso integral para empregadas mães, até 36 meses; auxílio noturno de 42,86%; e manutenção de todas as demais cláusulas do acordo coletivo.

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