Mais uma mobilização de mulheres do Estado contra a violência e impunidade aos agressores será realizada neste sábado (14), às 15h, desta vez em Paul, Vila Velha. O ato Nossa Voz – Mulheres será na Praça Central do bairro, com atividades culturais, rodas de conversa e ações para marcar protestos ao caso da promoter Mariana Ferrer, humilhada durante audiência na Justiça para julgar o homem acusado de tê-la estuprado.
Segundo a professora Val Nunes, uma das integrantes da equipe de organização, o ato é realizado por um grupo de mulheres que tem como proposta consolidar o coletivo como espaço de luta das mulheres negras e periféricas. “A gente está sufocada de estar nas redes sociais, mas entende que é preciso ter responsabilidade nesse momento. Por isso, vamos fazer um ato na praça, com o devido distanciamento e utilização de máscara e álcool em gel”, explica.
Ela afirma que haverá no local profissionais como advogados e psicólogos para orientar as participantes. “Muitas mulheres na periferia não entendem, por exemplo, que um murro na mesa é violência”, destaca. Val explica que a escolha do bairro para a realização do ato se deu para possibilitar a participação das mulheres negras e periféricas.
“Muitas vezes as manifestações são em frente à Assembleia Legislativa e outros espaços que têm um simbolismo, mas tem muita ‘mana’ na periferia que não tem dinheiro para pagar passagem e ir até esses lugares”. Ela salienta, ainda, que o ato, bem como o coletivo que pretendem formar a partir dele, não tem vínculo partidário ou com algum candidato das eleições 2020.
Entre as atrações que constam na programação estão Bruna Costa (poetisa e compositora); Mara Coradello (escritora, poetisa e comunicadora do projeto musical Pretaô); Luiza Vitório (poetisa e atriz); Juuh D’Lyra (poetisa e escritora); da DJ Beatriz Bonanato; Sofia Lothi (poetisa). O microfone estará aberto para as mulheres protestarem.
O caso Mariana Ferrer impulsionou outras manifestações no Espírito Santo. No último domingo (8), foram realizados dois protestos na Capital, Vitória, além de dois em Alegre, sul do Estado, e Guarapari. Além de pedir justiça para Mariana, os protestos reivindicaram o fim da violência contra a mulher.