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​A notícia e as fake news

Nos últimos dias da campanha eleitoral, as fake news vieram a público com maior intensidade em Vitória

Desde que o milionário e estrategista político Steve Bannon construiu a imagem do Donald Trump, em 2014, elegendo-o presidente dos Estados Unidos dois anos depois, as campanhas políticas ganharam um novo e poderoso ingrediente nas redes sociais: as fake news, meio apropriado para ampliar o antigo estelionato político, que se espalhou por todo o planeta, sem exceção, como se pode observar nessas eleições municipais. 

A escola de Bannon teve alunos aplicados na família e assessores do então candidato e atual presidente da República, Jair Bolsonaro, eleito em uma disputa marcada por uma elevada quantidade de notícias falsas. O obscuro deputado federal levou a melhor e hoje ocupa o maior cargo público do país, nesses quase dois anos sem conseguir se equilibrar como um estadista.

Nos últimos dias da campanha das eleições municipais deste ano, as fake news vieram a público com maior intensidade em Vitória, principalmente depois da divulgação de matérias na imprensa, algumas com exclusividade neste Século Diário, sobre processos investigatórios ao candidato a prefeito do partido Cidadania, o deputado estadual Fabrício Gandini, com suposto envolvimento ainda do prefeito Luciano Rezende, seu mentor político.


Apesar da impossibilidade de se apontar os responsáveis por essa prática criminosa, pois não há indicação de provas, os fatos envolvem a candidatura de Gandini, gerando uma natural suposição sem qualquer indicativo de comprovação, que somente será conseguida mediante uma investigação policial.

No entanto, as postagens com distorções nas informações contidas no texto de matéria jornalística de Século Diário, de teor meramente informativo e baseado em peças de processo judicial, remetem a outra ocorrência, registrada em agosto deste ano, envolvendo justamente os deputados Lorenzo Pazolini (Republicanos) e Fabrício Gandini, que hoje disputam o segundo lugar na corrida à prefeitura de Vitória. 
À época, houve acusações de ambos os lados. Pazolini, apontado como integrante da equipe da ministra Damares Silva para impedir o aborto de uma menina de 10 anos, estuprada em São Mateus; Gandini denunciado da tribuna da Assembleia Legislativa como membro de “uma quadrilha na prefeitura de Vitória” para espalhar fake news. Eram ações da fase da pré-campanha eleitoral que, ao que parece, ainda não acabou. 
Lamentável que a prática criminosa persista, para difamar pessoas, promover ideologias políticas, desinformar e afetar o tecido social, profundamente esgarçado pela desigualdade, ódio e preconceito. Nos casos mais recentes, com citações à candidatura de Gandini, as notícias falsas colocam sob suspeição não o veículo que publicou a matéria, mas a própria Justiça, onde tramita o processo que o candidato terá que responder. 
É nessa área que Fabrício Gandini e o prefeito Luciano Rezende terão que explicar o suposto uso indevido de dinheiro público para pagamento de campanha eleitoral. As denúncias não partiram de qualquer órgão de imprensa. Elas nasceram de suspeição, que foram levadas ao Ministério Público e fazem parte de processo cuja sentença, se negativa, poderá provocar estragos irreparáveis. 

Neste caso, as fake news não ajudam, só atrapalham. Como ocorreu com Steve Bannon, preso por estelionato financeiro, talvez por estar habituado ao estelionato político. 

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