sexta-feira, novembro 22, 2024
23.9 C
Vitória
sexta-feira, novembro 22, 2024
sexta-feira, novembro 22, 2024

Leia Também:

A Covid e as contradições

Ações adotadas até então apresentam falhas, geradas pela flexibilização de medidas preventivas 

Depois de um período de estabilidade e até de baixa no número de casos fatais e de pessoas infectadas pelo coronavírus, o Espírito Santo volta a ocupar a faixa vermelha no mapa de risco da Covid-19 em comparação com outros estados, levando o govenador a Renato Casagrande a fazer um alerta: “Nós não estamos vivendo a segunda onda. Essa é a primeira ainda, porque não zeramos os óbitos”. 


Os Estados Unidos e a Europa já adotam medidas restritivas para conter o avanço de uma segunda onda da pandemia, uma realidade que atinge milhares de pessoas. No Brasil, segundo país com mais mortes pela doença, é registrado aumento das hospitalizações e a ameaça de um crescente registro do número de mortes. O Estado, como diz o governador, ainda não está nessa temida segunda onda e batalha para debelar o ataque da doença iniciado no início do ano, com altos e baixos.

As ações adotadas até então, no entanto, apresentam falhas, geradas pela flexibilização das medidas que deveriam manter o rigor observado em localidades que, por assim procederem, conseguiram atingir uma redução no número de vítimas fatais. Nesse ponto estão as principais contradições, agravadas pela irresponsabilidade de grande parte da população. 

Vale lembrar declarações do secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em maio deste ano, alertando sobre a importância das medidas individuais a serem seguidas, como forma de evitar a propagação da doença. Ao ser rejeitado esse tipo de prevenção, insistentemente estimulado pelos meios de comunicação e em consultórios médicos, forma-se uma onda de contágio que é propagada pelo afrouxamento por parte dos órgãos oficiais das recomendações médico-sanitárias. Em consequência, mais pessoas morrem. 

O governador destaca a ocorrência de maior contato entre as pessoas, resultante justamente desse afrouxamento das normas, reforçado nas últimas semanas da campanha eleitoral, com demonstrações de irresponsabilidade de candidatos e agentes públicos, em nível elevado, por meio de eventos onde centenas de pessoas se aglomeram e muitas vezes sem o uso de máscaras de proteção. Há muitos casos de contaminação de pessoas que participaram desses atos. 

Além disso, existe o risco gerado no atendimento de pressões vindas de áreas empresariais, principalmente do comércio e do setor de serviços, a fim de manter abertos estabelecimentos onde a aglomeração de pessoas faz parte do cotidiano, mas, no entanto, em determinados locais as regras de proteção não são adotadas com rigor. Padarias, lojas comerciais, salões de beleza, academias de ginástica, por exemplo, nem sempre seguem as regras, situação agravada com a ausência de medidas individuais de prevenção à doença. 

Há a constatação de que as pessoas ficaram mais à vontade, como declarou o govenador Renato Casagrande, o que deverá gerar um novo mapa de risco. Um quadro que não justifica, em hipótese nenhuma, o retorno obrigatório de aulas presenciais nas escolas do Estado, como já está nos planos do governo.

Mais Lidas