Coser, em Vitória, e Célia Tavares, em Cariacica: as boias de salvação do PT no Estado
Com a meta urgente de recuperar espaços políticos este ano, já como passo essencial para as eleições de 2022 e depois de uma disputa municipal em 2016 traumática, o PT capixaba tem no ex-prefeito João Coser, em Vitória, e em Célia Tavares, em Cariacica, suas boias de salvação para iniciar seu processo de recuperação no Estado. Principalmente na Capital, vitrine política estratégica para o próximo pleito majoritário. Não à toa, a candidatura é uma das prioridades da Nacional este ano, o que inclui investimento financeiro e participação na campanha de Coser do ex-presidente Lula. Com alianças em apenas três palanques no primeiro turno, o partido não levou nenhuma prefeitura nos demais 14 municípios em que lançou chapa. Em Cariacica, por sua vez, o avanço de Célia não deixa de ser um “plus” para o PT, já que, durante a disputa, ela não aparecia nas primeiras colocações das pesquisas, apesar dos índices próximos entre os candidatos. No interior, em cidades-polo, com Cachoeiro de Itapemirim, o desempenho foi pífio: Joana D’ Ark, candidata do ex-prefeito Carlos Casteglione, obteve apenas 2,16% dos votos. Em Colatina, com o ex-deputado e ex-vereador por quatro mandatos, Genivaldo Lievore, não mudou muito, 4,61%. A maior marca do PT no interior foi em Muniz Freire, com Evandro Paulucio, com 19,09%, mas….ele disputou com a chapa “anulada sub judice”! Até o resultado do próximo dia 29, portanto, o partido segue sem ter nenhuma prefeitura no Espírito Santo. A única que conquistou em 2016, com Alencar Marim (Barra de São Francisco), perdeu no início deste ano, como já dito aqui, com a desfiliação dele da legenda. Agora, a saída para o projeto do PT é ganhar ou…ganhar!
Pra trás
Os outros palanques foram em Mimoso do Sul, com Vaval (11,21%); Alegre, com Alexandre Nazario (8,48%); Conceição da Barra, com Paulinho Lima (7,69%); Nova Venécia, com Professora Claudia (4,66%); São Mateus, com Eneias Zanelato (2,93%); Sooretama, com Pedrinho do Sindicato (2,71%); Itapemirim, com Mônica Quinha (2,24%); Aracruz, com Adilson Simão (1,86%); Guarapari, com Bárbara Hora (1,62%); Mucurici, com Chabinha (1,58%) e Linhares, com Prof. Antonio de Freitas (0,78%).
Pra trás II
Já dos cinco vices que conseguiu emplacar, o PT só fez um, Efren, em Águia Branca, com Jailson Quiuqui (Cidadania) eleito prefeito. Nos demais, o único resultado positivo, em competitividade, foi em Mantenópolis, onde Varly Lima compôs com Geraldinho (PSB) e obtiveram 46,14% contra 53,86% do campeão, Herminio Hespanhol (MDB).
Pra trás III
Nos três municípios restantes, os candidatos foram mal também, com a chapa de Nunes e Rafael Primo (Rede), que obteve 2,76% dos votos em Vila Velha; Mario Agapito com Juvenal Calixto (PP), com 17,36% em Barra de São Francisco; e Gil do Sindicato com Tadeu Sá (PDT), com 4,08%.
Legislativo
Nas câmaras municipais, o PT reduziu mais da metade de tamanho em relação a 2016, que já era pequeno, mas voltou ao legislativo de Vitória, com Karla Coser, manteve André Lopes em Cariacica, e elegeu lideranças importantes das lutas das comunidades tradicionais do Estado, com o indígena Vilson Jaguareté, o vereador mais votado de Aracruz, e a sem-terra Ciety, a segunda mais votada em São Mateus.
Cenário geral
Apesar dos números locais, o balanço da Nacional é positivo em relação ao último pleito municipal, realizado pouco depois do impeachment de Dilma e em meio às denúncias da Lava Jato. Diz que a votação em candidatos dos partidos nas capitais e 70 cidades com mais de 200 mil eleitores aumentou em 20% e que 15 candidaturas a prefeito ainda estão no jogo, além de dois vices.
Coser x Pazolini
O partido convoca a militância, agora, a trabalhar para “derrotar as candidaturas de Bolsonaro e seus aliados neoliberais, fortalecendo o campo de oposição democrático e popular”. Em Vitória, o antagonismo dos candidatos se encaixa exatamente neste contexto, com o ex-prefeito João Coser (PT) e o deputado Delegado Pazolini (Republicanos).
‘Damarista’
A propósito, o vídeo do ator, humorista e um dos criados do Porta dos Fundos, Gregorio Duvivier, em apoio a Coser, “pegou” nas redes sociais nessa quinta-feira (19). Entre críticas ao perfil de Pazolini, soltou uma assim: “não é nem bolsonarista, é ‘damarista’, vê se pode, descobri agora que isso existe. Mas ele é ‘damarista, uma coisa realmente bizarra”, apontou. A citação faz referência à ligação do deputado com a ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos),
PENSAMENTO:
“Ouça-me este conselho: em política, não se perdoa nem se esquece nada”. Machado de Assis