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Costuras e acenos

Na Assembleia, muito confete político e mais um discurso de “união e conciliação” de Pazolini

Ellen Campanharo/Ales

Assim como tem feito desde que foi declarado prefeito eleito de Vitória, na noite desse domingo (29), o deputado estadual Lorenzo Pazolini (Republicanos) repetiu no plenário da Assembleia Legislativa, nesta segunda-feira (30), seu discurso de “conciliação e união”, convidando os 29 colegas de plenário a um projeto de “construção coletiva” para a Capital. Sem entrar em detalhes, reconheceu “pedidos de retratação em algumas questões, afirmando que homem público tem que ter humildade para isso”, e garantiu estar “desarmado, aberto ao diálogo, inclusive a quem não apoiou seu projeto, e ainda para ouvir críticas”. Também acenou para seus adversários no pleito, João Coser (PT) e o deputado Fabrício Gandini (Cidadania), dizendo que o “que aconteceu fica para história, já não faz mais parte do presente” e que “na democracia, não há espaço para perdedores”, ressaltando o período desafiador dos próximos anos, decorrente da pandemia do coronavírus. “Vamos construir, olhar para frente, criar um ambiente favorável”, emendou, citando expectativa de emendas parlamentares para Vitória. O discurso foi seguido de sucessivas manifestações em plenário, muitas efusivas, e até mesmo do próprio Gandini, que protagonizou com Pazolini uma guerra eleitoral no primeiro turno, com direito a ações judiciais e troca de acusações. O deputado do Cidadania desejou sucesso ao prefeito eleito de Vitória e repetiu a frase do ex-adversário dita minutos antes de que “nem todos chegam lá, mas todos dão sua contribuição e fazem parte do processo”, destacando que foi “uma eleição muito difícil”. A postura de Pazolini demonstra habilidade em se movimentar no novo cenário político, já na projeção do que encontrará a partir do próximo ano, quando assumirá papel completamente diferente do que exerce hoje no legislativo. O prefeito eleito, em poucas horas, teve contato com o governador Renato Casagrande, Coser e o prefeito Luciano Rezende (Cidadania), até então também seus opositores, e citou várias vezes “diálogo com todas as lideranças políticas”. Resta saber como essa tentativa de abertura se consolidará e, principalmente, como se reverterá para sua gestão na Capital, bem como, e não menos importante, de onde virão os primeiros choques (sempre têm). 2021 é logo ali.

Confetes
Os demais deputados-eleitos, Euclério Sampaio (DEM), em Cariacica, e Enivaldo dos Anjos (PSD) em Barra de São Francisco, ainda no primeiro turno, também foram exaltados pelos colegas. Os pronunciamentos chegaram ainda em Sérgio Vidigal (PDT), eleito na Serra, e em Arnaldinho Borgo (Podemos). Todos cheios de confetes e elogios.

Inseparáveis
A sessão foi acompanhada pelo vereador mais votado em Vitória, Denninho Silva (Cidadania), reeleito, e que continua colado em Pazolini. A presença dele no plenário foi anunciada ao microfone, recebendo agradecimento público do delegado. Da base de Luciano Rezende e aliado de Gandini, ambos também do Cidadania, Denninho pulou para o lado de Pazolini e rodou junto com ele seu reduto eleitoral, para angariar votos.

Projeto 2022
Gandini também não deixou de fazer referência ao vereador, segundo ele, “o homem que não dorme e futuro deputado estadual”. Enquanto o Gandini anunciou neutralidade, sua base se dividiu entre Pazolini e Coser. Aliás, caso Denninho suba para Assembleia, quem assume é Vinícius Simões, depois Leonil.

Aluno
Sergio Majeski (PSB), outro que se declarou neutro e até criticou os dois palanques em Vitória, devolveu os acenos ao prefeito eleito, destacando os discursos após o resultado, por saírem da radicalização política. “É um orgulho, meu primeiro ex-aluno a se eleger. Eu tenho certeza da sua capacidade para administrar bem a cidade e administrar para todos, mas com certeza com olhar mais especial para aqueles que mais precisam, porque ainda existe uma parcela da população muito relegada ainda na nossa cidade”, pediu.

Reagiu
Já Iriny Lopes (PT), que apoiou Coser e Célia Tavares (Cariacica), fez questão de marcar posição. Ela agradeceu a militância e lideranças sociais e religiosas que se envolveram nas duas campanhas, “buscando uma mudança real na política da Grande Vitória” e disse que, ao contrário do mapa nacional de que o PT saiu derrotado das eleições, “foi uma vitória política grande”. A deputada pontuou que desde o início havia interesse em isolar o partido e ampliar o antipetismo, mas “as urnas mostraram que não foi isso que aconteceu”.

Fake news
As campanhas, continuou Iriny, foram “limpas, não usaram efeitos e fake news, típicos de pensamentos fascistas. Espero agora que os eleitos cumpram os compromissos que fizeram com as duas cidades”.

Complô?
Por falar em Cariacica, Janete de Sá (PMN) disse que foi alvo de “complô” na disputa e ficou sem WhatsApp, que disse ter sido derrubado. Ela apoiou Euclério Sampaio (DEM).

Encontro
Em cima do muro no segundo turno em Vila Velha, os deputados Rafael Favatto (Patri) e Dr. Hércules (MDB) irão se reunir com Arnaldinho Borgo para colocar seus mandatos à disposição. A fala é do próprio Favato, que destacou, também, a ida de Neucimar Fraga (PSD) para a Câmara dos Deputados, no lugar de Vidigal. “A partir de 1º de janeiro, nosso partido é Vila Velha”, reforçou depois Dr. Hércules.

Saíram de cena
Ele e Favatto formaram a “aliança para Vila Velha” no primeiro turno, ao lado de Neucimar, que saiu derrotado do pleito. O próprio Neucimar declarou apoio a Arnaldinho, mas os dois deputados se omitiram da disputa entre ele e o prefeito Max Filho (PSDB).

Tiro no pé
Dr. Hércules era do mesmo partido de Arnaldinho, mas os dois queriam se candidatar a prefeito. A situação fez com que o vereador deixasse a legenda, se viabilizando pelo Podemos. Depois, nem Dr. Hércules conseguiu erguer seu palanque. Eram dois, não sobrou nenhum. E o MDB deixou de fazer um prefeito na Grande Vitória.

‘Sorte’
Já Vandinho Leite (PSDB), que disputou na Serra com bandeira de combate à “velha política”, referindo-se aos grupos de Sérgio Vidigal (PDT) e Audifax Barcelos (Rede), que tentou eleger Fábio Duarte (Rede), parabenizou Pazolini, Euclério e Arnaldinho. Para Vidigal, nada de parabéns, mas desejou “sorte”.

Previsível
Com os objetivos eleitorais de seu grupo concluídos, finalmente voltou ao plenário o presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos). A última meta era Pazolini. Musso, como já dito aqui, passou muitas semanas ausente, repetindo a máxima lamentável de muitos deputados em toda eleição. Mesmo assim, não durou muito e saiu antes do final da sessão, passando a bola para Torino Marques (PSL), quem mais conduziu sessão nos últimos tempos.

PENSAMENTO:
“A política é a doutrina do possível”. Otto von Bismarck

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