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‘Um dos desafios será organizar a comemoração ao centenário de Colatina’

Adilson Vilaça, jornalista, escritor e professor, será o secretário de Cultura e Turismo na gestão de Guerino Balestrassi

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O jornalista, escritor e professor universitário Adilson Vilaça será o secretário de Cultura e Turismo a partir do próximo ano em Colatina, na nova gestão de Guerino Balestrassi (PSC), que terá seu terceiro mandato à frente da prefeitura, que já comandou entre 2001 e 2008. Um dos principais desafios na pasta, como o próximo gestor aponta, será organizar um grande evento para comemorar o centenário de Colatina em 2021.

“A intenção é fazer essa comemoração com muitos projetos culturais e eventos como a cidade merece, para celebrar de maneira bonita, feliz e consistente o centenário”, afirma. A previsão é que a festa aconteça em agosto, data comemorativa do aniversário, porém isso depende de como esteja a vacinação e combate à pandemia, ressalta o futuro secretário.

Adilson Vilaça já havia sido secretário de Comunicação de Colatina nos anos 80 e 90 nas gestões de Dilo Binda. Na época não havia secretaria de Cultura, que só foi criada no primeiro mandato de Balestrassi na prefeitura. Adilson pontua que uma das propostas para a próxima gestão é retomar e fortalecer atividades que foram “deixadas de lado por questões de prioridade na atual administração”. Ele cita o Festival Nacional de Viola, realizado no distrito de Itapina, o Corredor Cultural, a Escola de Música, o projeto Cidade Leitora e o apoio municipal à tradicional Festa do Cafona, realizada pela iniciativa privada.

Além disso, o próximo gestor da cultura está com várias novas propostas. “Temos cerca de 10 novos projetos elencados, evidentemente vamos debatê-los com os setores envolvidos e teremos que ver se são factíveis. Temos que fazer bons eventos mas que caibam no orçamento. A população e os setores organizados de Colatina sempre foram muito participativos, assim como há empresas com disposição de investimento financeiro”, relata.

No aspecto da cultura popular, em que Adilson é atuante, sendo atualmente vice-presidente da Comissão Espírito-Santense de Folclore, ele destaca que o município tem aspectos interessantes que podem ser visibilizados e valorizados no âmbito cultural e também turísticos. Um desses casos é a banda de congo de Paul de Graça Aranha, a única do Estado que inclui a sanfona como instrumento. “É a banda de congo mais miscigenada, sincretizada, junta descendentes de negros, índios, alemães e italianos”.

Seu local de origem ainda guarda uma história bastante curiosa. Foi ali que o escritor Graça Aranha atolou com seu cavalo em um brejo (paul), dando origem ao nome do distrito. “Seria possível envolver os distritos de Boapaba e Paul para fazer parte do caminho pelo qual o escritor se aventurou, que poderia ser feito a cavalo ou a pé, gerando também um estímulo para produtores de artesanato, comidas e bebidas da região”, propõe.

A valorização da cultura e turismo nos distritos deve ser uma das metas, como é o caso de Itapina e seu casario histórico, onde além da Fenaviola, pretende-se iniciar uma mostra de cinema, e de São Pedro Frio, região de clima ameno onde pretende criar circuitos para trilhas de motoqueiros e outros visitantes. “As boas ideias são como flores, quando são bem regadas podem ir adiante e florir, embelezar a região, dar dinamismo econômico, gerar renda”.

O futuro secretário ainda enxerga a possibilidade de que Colatina, como cidade polo do noroeste capixaba, possa servir também como ponto de confluências das manifestações culturais da região, promovendo encontros regionais dos grupos de cultura popular.

Também integrante e atual vice-presidente da Academia Espírito-Santense de Letras, Adilson Vilaça quer lançar durante o mandato de Guerino um projeto inspirado no Escritos de Vitória, que ele idealizou na capital capixaba, que realize publicações reunindo memórias históricas e culturais de Colatina.

Nascido em Minas Gerais, Adilson Vilaça veio ainda criança para o Espírito Santo morar em Ecoporanga. Aos 13 anos foi viver em Colatina, onde passou a adolescência até ir estudar aos 18 anos no Rio de Janeiro. Formou-se técnico em Química e chegou a lecionar em Colatina e outros municípios, tendo sido professor inclusive de Guerino Balestrassi.

Depois foi estudar graduação em Comunicação Social, tornando-se jornalista e professor universitário na área. Em paralelo seguiu com sua atuação cultural e política. Publicou 46 livros e atuou em diversos projetos artísticos e culturais. Na política, foi filiado ao PDT e depois ao PV, partido que deixou para apoiar a Rede, ao qual ainda é filiado.

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