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Artistas protestam em defesa da Secretaria de Cultura de Vila Velha

Fusão com a pasta de Esportes pelo prefeito Arnaldinho Borgo retira autonomia e relevância do setor, consideram

Há anos, artistas e produtores culturais vinham se mobilizando em Vila Velha para que o município tivesse uma secretaria exclusiva para cuidar da Cultura, a exemplo dos vizinhos Vitória e Cariacica. Em maio de 2018, Vila Velha voltou a ter uma Secretaria de Cultura, porém, menos de dois anos depois ela pode ser extinta diante do anúncio do prefeito eleito Arnaldinho Borgo (Podemos) de fusão da Cultura com a pasta de Esportes numa mesma secretaria.

“Ter uma secretaria exclusiva coloca o setor na agenda da cidade e na tomada de decisões para o desenvolvimento do município”, diz a petição pública em defesa da Secretaria de Cultura de Vila Velha, que está recolhendo assinaturas online como primeira forma de mobilização. “A nova gestão anunciou algumas mudanças que incluem a fusão da Secretaria de Cultura com a Secretaria de Esportes. Sendo assim, em 2021, a Secretaria de Cultura perde autonomia, relevância e um espaço que conquistou com muita mobilização”, reclama o grupo de fazedores culturais que deu início à iniciativa.

A petição aponta que existem mais de 80 espaços culturais e mais de 400 artistas cadastrados no município, e que para além de eventos, a cultura constitui uma cadeia produtiva que emprega trabalhadores em diversas áreas.

“Por isso, nós, fazedores de artes, profissionais que atuam nos diversos segmentos culturais e trabalhadores da Cultura, convocamos a sociedade civil capixaba a nos apoiar nessa luta que é de todos nós, para garantir que a Secretaria de Cultura não perca sua autonomia e continue a se estruturar para definir políticas culturais para o setor que tanto contribui com a geração de trabalho e renda, desenvolvimento da cidade, preservação da identidade e o sentimento de pertencimento local”, finaliza o grupo.

Recentemente, o município recebeu mais de R$ 3 milhões em recursos federais para serem investidos no apoio a espaços culturais e políticas de fomento, que devem ser destinados aos contemplados até o fim de 2020 por meio da Lei Aldir Blanc, proposta pelo Congresso Nacional com apoio de ampla mobilização do movimento cultural brasileiro. Esse recurso deve ser aplicado em projetos culturais com duração até 31 março de 2021.

O prefeito eleito Arnaldinho Borgo nega que haverá impacto negativo para a gestão da Cultura com a fusão das pastas. Segundo resposta da assessoria de imprensa, a área teria sido prestigiada durante a campanha eleitoral e artistas e produtores participaram da construção do plano de governo que aponta para investimentos no setor. “A Cultura não perderá sua autonomia, pelo contrário, será protagonista na definição de calendário, roteiros, discussões para novos investimentos e ocupação de importantes espaços que contam a história de Vila Velha”, declarou em nota o futuro prefeito.

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