Os servidores municipais de Itapemirim, sul do Estado, sairão em carreata nesta sexta-feira (22), para protestar contra o que classificam de “má gestão” do prefeito Thiago Peçanha Lopes (Republicanos), o Dr. Thiago. O movimento, coordenado pelo Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiservi), denuncia várias irregularidades, entre elas “assédio moral e perseguição política sistemática; dívidas com diárias e horas extraordinárias realizadas pelos servidores e não pagas”. O presidente da entidade de classe, Cleverson Hernandes Maia, não descarta uma greve.
O prefeito Thiago Peçanha Lopes foi reeleito em 2020, depois de cumprir um mandato tampão em substituição ao prefeito eleito em 2016, Luciano Paiva, afastado três meses após assumir o cargo, acusado de corrupção. A gestão passada do atual prefeito foi marcada por vários conflitos com a Câmara de Vereadores, que chegou a afastá-lo por 90 dias. A decisão, no entanto, foi derrubada na Justiça.
“Tentamos por todas as formas sem conseguir a solução dos problemas”, comenta Cleverson, ressaltando o atraso nos repasses ao Instituto de Previdência dos Servidores (Iprevita), cuja dívida acumulada é de mais de R$ 10 milhões. O Sindiserv colocou em votação e, por 168 votos favoráveis a seis contrários, ficou decidida a realização de uma carreata “em protesto contra as gravíssimas faltas do Poder Público de Itapemirim e em defesa dos direitos e do respeito aos servidores públicos municipais de Itapemirim”, explica.
Os servidores optaram por uma carreata para reduzir a aglomeração, não recomendada em decorrência da pandemia da Covid-19. “Não vamos adotar o mesmo procedimento do prefeito Thiago, que na campanha eleitoral realizou passeatas e colocou em risco a saúde da população”, diz, destacando o crescimento do número de mortes depois desses eventos.
A concentração dos veículos acontecerá próximo ao parque de exposições da Vila, com saída às 15h30, passando pelo Ministério Público, Câmara Municipal, Fórum, Serviço de Água e esgoto, Prefeitura e Iprevita, e seguindo por Itaoca até Itaipava.
Segundo o sindicato, a Prefeitura de Itapemirim, assim como a Câmara, em menor proporção, têm descumprido uma série de obrigações com os servidores, algumas delas já determinadas, até mesmo, pelo Ministério Público e Justiça. “O Tribunal de Contas já determinou o retorno dos repasses ao Iprevita, bem como às nomeações de servidores concursados, que deveriam ter sido feitas até 2020, mas nada disso aconteceu”, lamenta Cleverson.
Segundo o sindicato, além da dívida da rescisão de comissionados e contratados dispensados em 2020, há a dívida de mais de seis meses do cartão alimentação dos servidores, contrariando determinação judicial; e processos seletivos com fortes indícios de irregularidade, sendo que a renovação de todos os contratos foi uma promessa de campanha não cumprida.
Em nota, o sindicato enumera outros problemas: “dívida de sete meses de revisão salarial anual referentes ao período de janeiro a julho de 2017; não convocação dos candidatos aprovados no concurso público de 2019 (contrariando TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] assinado entre Prefeitura de Itapemirim e Ministério Público do Estado) e atraso sistemático no repasse da contribuição dos servidores ao Sindiserv”.