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Assopaes e Comev são contrários à proposta de ensino híbrido em Vitória

“Não é possível qualquer atividade escolar presencial segura em março”, afirma Associação de Pais de Alunos

Diante do anúncio da Secretaria Municipal de Educação de Vitória (Seme) de que as aulas irão retornar em 22 de fevereiro no formato híbrido, ou seja, alternando com alguns alunos na escola e outros em casa, o Conselho Municipal de Educação (Comev) e a Associação dos Pais de Alunos do Estado do Espírito Santo (Assopaes) se posicionaram contrários à decisão da gestão do Delegado Pazolini (Republicanos), anunciada nessa segunda-feira (25). 

As aulas, segundo a secretária de Educação, Juliana Rohsner, “retornarão em regime de revezamento semanal, gradual e em etapas, no contexto de pandemia da Covid-19, como forma de prevenir e controlar da transmissão do novo coronavírus enquanto perdurar o estado de calamidade em saúde pública”. 

Por meio de nota, a Assopaes defende que “não é possível qualquer atividade presencial segura nas escolas nos meses de fevereiro e março de 2021”, havendo necessidade de atenção às alterações de gravidade da pandemia da Covid-19 “de tal forma que mudanças significativas sinalizem a todos nós mudança nas políticas, podendo ampliar medidas de segurança ou reduzir conforme o caso”. 
Para a Associação, diversos fatores devem ser levados em consideração, como a afirmação da epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel, de que Vitória atende somente a duas das sete condicionantes da Fiocruz para retorno das aulas presenciais; o fato de que pode demorar meses para que a comunidade escolar seja vacinada e o não comparecimento de grande parte dos estudantes às aulas presenciais quando a gestão de Renato Casagrande (PSB) implantou o sistema híbrido, no final de 2020. 
A Assopaes também recomendou à gestão pública municipal que durante os meses de fevereiro e março sejam efetivados nas escolas condições tecnológicas que atendam futuras propostas de sistema hibrido; realização de formação on line de professores em tecnologia educacional; atendimento dos critérios dos protocolos de segurança do Estado e do Município; criação dos comitês de fiscalização dos protocolos de segurança por escola; ampliação da experiência do ensino remoto, buscando o envolvimento das famílias juntos com seus filhos; criação de programas de subsídio de equipamentos de tecnologia da educação para alunos e professores; criação de esforços e estratégias para o funcionamento semanal dos Conselhos de Escola de forma virtual, além do desenvolvimento de estratégias tecnológicas com recursos públicos para a participação de todos os segmentos da comunidade escolar.
O Comev também se manifestou por meio de nota, na qual se mostra favorável à necessidade de o Conselho avaliar, mensalmente, a possibilidade de retorno das aulas presenciais. Seu posicionamento contrário à decisão de adotar ensino híbrido, segundo o Comev, se dá por fatores como a nova variante do Coronavírus, a B117, que, segundo epidemiologistas, é mais transmissível. “Não podemos colocar a vida dos estudantes, dos profissionais que atuam nas unidades de ensino e das famílias que convivem direta e diariamente com essas pessoas, em risco”, diz o Conselho. 
‘Do lado da vida, da ciência e do povo capixaba’
O Sindicato dos Trabalhadores na Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) se posicionou nessa segunda-feira (25) contrário ao retorno das aulas presenciais enquanto não houver garantias de segurança à vida dos trabalhadores em educação e de toda a comunidade escolar, não se pronunciando especificamente sobre o anúncio feito pela prefeitura de Vitória, como aconteceu com a Assopaes. 
“O Sindiupes entende que a proteção à vida e à saúde dos profissionais, estudantes e familiares somente se dará por meio da imunização, e para isso os governos precisam incluir os trabalhadores em educação nas etapas iniciais da Campanha de Vacinação, bem como garantir a imunização em massa da população”, diz o sindicato.  

Para o Sindiupes o retorno às aulas presenciais no momento atual, no qual é registrado um aumento dos casos e de óbitos do Coronavírus no Estado e em todo o país, colocará em risco a vida de trabalhadores e alunos da rede pública de ensino. “Nesse sentido, os trabalhadores em educação reafirmam que estão do lado da vida, da ciência e do povo capixaba, e que desejam, sim, retornar às atividades presenciais, porém, é necessário garantir condições reais de segurança sanitária para que não tenhamos aqui o triste exemplo da capital amazonense, Manaus, que apostou na abertura das escolas e agora está numa profunda crise humanitária”.

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