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‘Não há registro de efeitos colaterais severos das vacinas’, diz imunologista

Desfazer fake news é fundamental, pois é necessário imunizar 80% da população para controlar a pandemia

Já existem cerca de 50 milhões de pessoas vacinadas contra a Covid-19 em todo o mundo e nenhum registro de efeitos colaterais severos causados pela imunização, afirma o imunologista e pesquisador da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Daniel de Oliveira Gomes. De acordo com ele, não é preciso ter medo de tomar a vacina, pois os ensaios de segurança de todas elas mostram que são seguras. “É preciso desmistificar algumas coisas diante do negacionismo e do medo que se criou das vacinas”, defende. 

Daniel explica que toda vacina pode apresentar alterações locais, como vermelhidão e coceira; e efeitos sistêmicos, como febre baixa ou alta, mas que isso é normal. “No caso da CoronaVac e da AstraZeneca, durante os testes de segurança houve casos isolados de alergia, mas por causa da reação do organismo do indivíduo, foi algo individual”, informa o imunologista, que recorda a marca que muitos têm no braço, da vacina Bacilo de Calmette e Guérin (BCG), tomada pelas crianças em seus primeiros dias de vida.

O pesquisador explica que essa marca nada mais é do que um efeito colateral, uma marca inflamatória. De acordo com ele, uma inflamação é uma resposta natural do organismo diante de alguma agressão, e pode acontecer também ao colidir o dedo na quina de um móvel ou ao se expor demais ao sol, causando inflamação na pele, por exemplo. Daniel destaca, ainda, que efeitos colaterais são normais também em medicamentos. “Uma pessoa toma um Dramin para não vomitar e acaba dormindo. Isso é um efeito colateral”, aponta.
O professor da Ufes salienta que desfazer as fake news sobre a vacina é importante para que de fato se obtenha sucesso no combate à Covid-19, uma vez que é necessário imunizar, pelo menos, cerca de 80% da população. 

Vacinas não causam autismo 
Outro mito que tem desestimulado as pessoas a se imunizar é a crença de que as vacinas causam autismo. Entretanto, esse mito não é novo. Daniel recorda que dos anos 1990 um médico e cientista britânico publicou um artigo em uma revista científica no qual afirmava que a vacina Tríplice Viral, de prevenção à Poliomielite, Caxumba e Sarampo, causava autismo nas crianças. O estudo, afirma, o professor da Ufes, foi equivocado, havendo, inclusive, conflitos de interesse em sua condução. 
“O estudo foi patrocinado por uma empresa de advocacia que queria processar o fabricante da vacina”, relata Daniel. O autor do artigo teve seu estudo banido da revista onde ele havia sido publicado e perdeu o registro profissional. “No meio científico, ter um artigo retratado, ou seja, retirado por falta de evidências científicas, é algo muito vexatório”, afirma o pesquisador. 
Mais 16.200 doses da CoronaVac
Na noite dessa segunda-feira (25) o Espírito Santo recebeu mais 16.200 doses da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, em São Paulo. O novo lote dará continuidade à vacinação dos grupos prioritários já definidos nesta etapa, que são profissionais da saúde, idosos residentes em instituições de longa permanência, pessoas com deficiência que habitam residências inclusivas e população indígena. O Espírito Santo havia recebido, no primeiro lote, 101 mil vacinas CoronaVac, em 18 de janeiro; e 35,5 mil da Oxford-AstraZeneca, da Índia, que chegaram nesse domingo (24).

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