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Bancários do Banco do Brasil aprovam paralisação na próxima sexta (29)

A ação faz parte do calendário de luta nacional contra a reestruturação na instituição financeira

A próxima sexta-feira (29) será de paralisação das agências do Banco do Brasil em todo o país. Os bancários do Espírito Santo decidiram aderir ao movimento em assembleia virtual realizada nessa segunda-feira (25). A ação faz parte do calendário de luta nacional contra a reestruturação na instituição financeira, que prevê o fim da função de caixa, redução de postos de trabalho, fechamento de agências e transformação de outras em lojas e postos de atendimento. 

“Vai ser a nossa manifestação de repúdio contra esse processo”, diz a diretora do Sindicatos do Empregados em Estabelecimentos Bancários do Espírito Santo (Sindibancários), Maria Gorete Barone. Para Maria Gorete, a mobilização contra a reestruturação não pode ser restrita aos trabalhadores do Banco do Brasil, devendo ganhar a adesão da sociedade. “É importante que as pessoas, prefeitos e parlamentares se posicionem contra”, diz.

O sindicato realizará nesta quarta-feira (27) uma plenária de organização da paralisação. Os trabalhadores já haviam feito outras manifestações contra a reestruturação, como a do dia 15 de janeiro, quando os funcionários do Banco do Brasil, inclusive os que estavam de home office, trabalharam de preto em sinal de luto. A ação fez parte do Dia Nacional de Luta, que contou também com um tuitaço da hashtag #MeuBBvalemais e foi organizada pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), pelas federações e sindicatos.
A diretora do sindicato afirma que, embora a entidade já tenha solicitado formalmente ao banco, não há dados oficiais sobre os impactos que a reestruturação causará no Espírito Santo. A única certeza, relata, é de que a agência de São Silvano, em Colatina, será transformada em loja. Por isso, será realizada uma reunião entre o sindicato e o prefeito Guerino Balestrassi (PSC) ainda esta semana para tratar do assunto. 
Outra forma de mobilização, destaca Gorete, está sendo feita por meio do diálogo com associações comerciais, associações de moradores e outras entidades da sociedade civil. “Transformando em loja os caixas serão retirados, limita o atendimento ao público, que vai ter que atravessar a ponte [do Rio Doce] para se dirigir a outra agência do banco. Essa travessia é um local de trânsito intenso, então a gente tem aí a questão da mobilidade”, salienta. 
A reestruturação conta com o Programa de Adequações de Quadros (PAQ) e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE). Além desses programas, com a demissão de 5 mil empregados, a medida visa o fechamento de 361 unidades. Maria Gorette acredita que a ausência desses trabalhadores pode causar a elitização do BB, uma vez que pessoas mais simples e idosos têm dificuldade com tecnologia. 
Ela afirma que no mesmo dia do anúncio da reestruturação foram retiradas as gratificações de todos os caixas no Brasil, o que reduziu o ganho mensal deles em cerca de 50%. Outro problema, relata a diretora do sindicato, é que com o fechamento de agências bancárias os funcionários podem ser transferidos para outros municípios ou até mesmo estados. Essa possibilidade de transferência é uma das ações que fazem com que a reestruturação deixe de promover demissão voluntária para, na verdade, promover “demissão forçada”, conforme relata Maria Gorette. 
De acordo com ela, a impossibilidade de mudança do local de moradia pode fazer com que muitos desistam de trabalhar no banco. Maria Gorette destaca que a reestruturação consiste em um projeto de privatização. “Não se tem mais privatização no modelo de venda do patrimônio público, mas sim, de sucateamento. A reestruturação é o encolhimento da atuação do Banco do Brasil para favorecer bancos privados”, diz a diretora do Sindibancários.

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