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Interior do ES teve mais óbitos em dezembro que no pior mês da primeira onda

Para evitar colapso, expansão de leitos prossegue e ES deve contar com mais de 715 leitos em fevereiro

Reprodução

O número de óbitos registrado em dezembro de 2020 no Espírito Santo é mais um indicativo de que a segunda onda ou segunda expansão da pandemia de Covid-19 está sendo mais agressiva que a primeira. Em coletiva realizada na tarde desta terça-feira (26), o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, afirmou que esse traço da crise sanitária se expressou no conjunto dos municípios do interior. 

“O comportamento dos óbitos no interior apresenta registros de que o número total de óbitos de dezembro já superou o pior mês da primeira onda. Ou seja: a segunda onda repercute no interior do Espírito Santo numa proporção maior que tivemos no primeiro momento da pandemia”, destacou Nésio Fernandes. 


Já na Grande Vitória, o comportamento é diferente, tendo havido, em dezembro, um aumento de 25% no número de óbitos em relação a novembro. Em janeiro, a expectativa é de redução de 30%. “A Grande Vitória não apresentou características de dimensões maiores que vivemos na primeira onda em meados do ano passado”, observa.

O secretário também ressaltou um comportamento de estabilidade verificado no número de casos ativos/dia e no número de internações. “O Espírito Santo mantém estabilidade desde os últimos dez dias de dezembro, com exceção do período de três a nove de janeiro, que apresentou variação positiva do número de casos. Temos comportamento também de estabilidade nas internações hospitalares, mantendo mais de 500 pacientes/dia internados nas UTIs [Unidades de Tratamento Intensivo] Covid oferecidas pelo Sistema Único de Saúde”, informou.

O índice de transmissão (Rt), destacou Nésio Fernandes, ficou acima de 1 no Espírito Santo na primeira semana de janeiro, o que caracteriza crescimento exponencial da doença, estando inferior a 1 apenas no conjunto das cidades da região metropolitana.

Expansão de leitos 
O comportamento geral da pandemia no Estado nesta segunda onda leva a Sesa a manter a expansão de leitos hospitalares. Até a primeira semana de fevereiro, voltaremos a contar com 715 leitos de UTI exclusivos para pacientes com Covid-19, número atingido durante o auge da primeira onda, em meados de junho de 2020. E, durante o mês de fevereiro, serão feitas novas inaugurações.

“O Espírito Santo não colapsou em nenhum momento e neste momento se prepara pra enfrentar a segunda onda com as mesmas condições da primeira: sem tratamento específico para a doença e ainda sem a repercussão positiva da vacinação iniciada no país”. Os resultados da vacinação, salientou Nésio, não são imediatos, seja pelo tempo exigido pelo organismo para fortalecer a imunidade a partir da vacina, seja pela dificuldade em realizar uma vacinação maciça da população.

O subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, também presente na coletiva, assinalou que os dados refletem um comportamento já esperado da pandemia, que inicia se expandindo nos grandes centros urbanos, seguindo num segundo momento para as cidades menores.

Reblin também sublinhou que a manutenção dos bons resultados da estratégia capixaba, que evitou o colapso da rede de saúde, dependem da continuidade da assertividade do governo do Estado. “O desenho nacional aponta que situações que ocorrem no norte do país têm uma repercussão, após um período, nas demais regiões. Se não ficarmos atentos para uma repercussão do que acontece no norte, isso pode se instalar na região sudeste e aqui no Espírito Santo”.

Monitoramento dos pacientes do Amazonas

Os dois gestores da Sesa reafirmaram que a solidariedade capixaba aos amazonenses se expressou na disponibilização de 36 vagas de internação para pacientes oriundos de Manaus – segundo declaração do ministro Pazuello à Agência Brasil, a meta do Ministério da Saúde é transferir 1,5 mil pacientes de Manaus para outros estados – estando metade em enfermaria e metade em UTI. 
Dos 18 em enfermaria, oito estão em condições de alta, aguardando resultado negativo do exame RT-PCR para retornarem ao Amazonas, e dez estão estáveis, mas ainda sem condições de alta. Não houve nenhum óbito. “Temos tido cotidianamente diversos relatos muito positivos das equipes assistenciais do Hospital Jayme Santos Neves no que diz respeito ao cuidado e a toda a nobreza com a qual eles têm expressado o orgulho em poder atender a esses pacientes”, relatou Nésio Fernandes.

A mutação do vírus identificada no Amazonas e em países como Japão, também já foi identificada no Rio de Janeiro, informou o secretário, ressaltando que ela certamente já circula em todo o país.

Assim, a subsecretaria de Vigilância em Saúde tem realizado, desde a última sexta-feira (22), um monitoramento complementar dos pacientes oriundos de Manaus, bem como de todos os trabalhadores envolvidos na remoção e internação deles, com repetição da testagem entre 48 e 96 horas. O objetivo, disse Reblin, é “garantir que qualquer caso de pacientes positivos seja devidamente isolado, bem como seus contatos imediatos, para não ocorrer transmissão comunitária de casos vindos do Amazonas”.

A testagem, ressaltaram os gestores, atingiu mais um recorde no Estado, com mais de quatro mil liberações de testes por dia, somando o material analisado no Laboratório Central do Estado (Lacen) e na rede particular credenciada. A capacidade, disseram é equiparada a estados com população muito maior que a capixaba. “Temos mais tecnologia disponível agora do que na primeira onda”, constatou Reblin. 

Resiliência e disciplina

O quadro atual, ponderou Nésio Fernandes, ressalta a importância de manutenção, por toda a população, de todos cuidados já exaustivamente comunicados pelas autoridades sanitárias. 
“Compreendam que existe uma pandemia em curso, teremos um ano muito difícil, começaremos 2021 enfrentando a pandemia com os mesmos recursos da primeira fase de expansão: usar máscara, manter o distanciamentp social, não aglomerar e higienizar as mãos. Não aglomerar-se é o comportamento sabidamente conhecido capaz de evitar a transmissão. Ao longo de todo o verão é necessário muita disciplina e resiliência para adotar esse estilo de vida”.

Painel Covid-19

O Painel Covid-19 confirmou, nesta terça-feira (26), 31 óbitos e 1.155 novos casos da doença nas últimas 24 horas, totalizando, respectivamente, 5.747 e 288.360 até o momento. 

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