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Um governo lambuzado

O capitão presidente está em queda e a engrenagem pró-impeachment se move, agora mais acelerada

A pandemia avança e há indicativos de que tudo é programado, tornando o que já era ruim ainda pior. Para não ficar só nisso, vem o escândalo do leite condensado colocando à mostra a prática de atos que geram robustas suspeitas do mais descarado roubo. O governo se lambuza de todas as formas. Em contrapartida, alguma coisa começa a se mover com força maior para tirar Jair Bolsonaro do poder, agora com o povo nas ruas, como pôde ser visto nas carreatas de domingo (24) em mais de 70 cidades brasileiras.


Na terça-feira (26), o país foi surpreendido por mais um pedido de impeachmentº, o 63º, protocolado na Câmara dos Deputados, desta feita com a assinatura de líderes religiosos, evangélicos e católicos, quebrando uma das bases de sustentação da gestão pública cheia de malignidade que há mais de dois anos rege os destinos do país.
O capitão presidente está em queda e sua saída é questão de tempo, não muito longo, não importa quem poderá ser o substituto de Rodrigo Maia, sentado em cima de 63 processos de impeachment, no comando da Câmara dos Deputados. O cenário contrário ao capitão presidente se forma com a postura de representantes da elite e da classe média, ao se darem conta da aposta equivocada que fizeram ao elegê-lo, como complemento do golpe para depor Dilma Rousseff, que teimam em chamar de impeachment.
A mídia comercial puxa o coro, com aplausos de bolsonaristas arrependidos e da esquerda fofura, que exclama “Uau” para o Bonner toda vez que o canastrão da Globo cai de pau no antigo aliado. Roteiro dos patrões, pura hipocrisia, que impede a retirada do gancho permanente do script: esconder o ex-presidente Lula, proteger Sérgio Moro, massacrar o Partido dos Trabalhadores e jogar na cesta de lixo toda ação do campo progressista.
De qualquer forma, a engrenagem pró-impeachment se move e recebe reforços, a somar-se à expansão da tragédia de Manaus para outras regiões do país. Uma delas, a pesquisa das normas produzidas pelo governo do capitão presidente sobre a pandemia de Covid-19. O levantamento, realizado pelo Centro de Pesquisas e Estudos de Direito Sanitário (Cepedisa) da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) e a Conectas Direitos Humanos, revela a “existência de uma estratégia institucional de propagação do vírus, promovida pelo Governo brasileiro sob a liderança da Presidência da República”.

Coordenada por Deisy Ventura, jurista credenciada, uma das mais respeitadas do Brasil, pesquisadora da relação entre pandemias e direito internacional e coordenadora do doutorado em saúde global, a pesquisa aponta que muitas mortes pela Covid-19 poderiam ter sido evitadas se, sob a liderança de Bolsonaro, o governo não tivesse executado um projeto de propagação do vírus. A postura do capitão presidente e os atos de sua gestão confirmam a afirmativa e reforçam a alta periculosidade do atual governo. Por todo esse cenário, o impedimento de Bolsonaro se torna a cada diz mais necessário.

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