As vacinas CoronaVac, do Instituto Butantan, e a de Oxford, na Índia, que estão sendo utilizadas no Brasil, protegem o organismo contra as novas cepas do coronavírus, garante a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo, Ethel Maciel. “Não há evidências de que as duas e as demais vacinas não possibilitem imunização diante das novas variantes, portanto, elas estão valendo”, diz.
São três novas cepas do coronavírus. Uma é a que foi identificada no Amazonas. A outra é a encontrada no Reino Unido. A terceira, na África do Sul. Todas elas, afirma Ethel, com maior grau de transmissão. De acordo com ela, pesquisadores do Amazonas já apontam um número mais elevado de reinfecções do que antes, o que já é uma evidência de que com a nova cepa as chances de contrair a doença mais de uma vez são maiores.
De acordo com Ethel, a nova variante despista o sistema imunológico, podendo fazer com que ele não identifique que é o agressor. Quanto à gravidade ou não das reinfecções, a epidemiologista afirma que não há dados científicos que comprovem que no caso de contrair novamente a doença ela será mais branda ou não. “Na Europa tem casos em que a doença veio de forma mais grave, em outros não”, relata.
Para Ethel é preciso que as pessoas tenham em mente que, mesmo que adoecerem, não será possível abrir mão de cumprir os protocolos sanitários, como uso de máscara, higienização com álcool em gel 70% e cumprimento do isolamento social. “Com mais variantes do vírus, maiores as reinfecções”, destaca a professora, que salienta, ainda, que mesmo antes das novas cepas já havia casos de reinfecção, mas em quantidade mais reduzida.
Por enquanto ainda não foram registrados no Espírito Santo casos de pessoas que contraíram Covid-19 por meio das novas cepas. Entretanto, o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, não descarta a possibilidade de as variantes já estarem circulando no Estado. No Espírito Santo, até o momento, há o registro de 288.360 casos de pessoas infectadas pela Covid-19 e 5747 óbitos.