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Profissionais da saúde terão que comprovar imunização para acessar locais de trabalho

Medida vale a partir de março. Sem vacina, salários serão cortados, apontou secretário Nésio Fernandes

A partir de março, os trabalhadores da saúde terão que comprovar que tomaram vacina contra a Covid-19 para poder acessar seus locais de trabalho, informou o secretário estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (8), juntamente com o subsecretário estadual de Vigilância Sanitária em Saúde, Luiz Carlos Reblin. A medida é prevista na Portaria nº 016-R, de primeiro de fevereiro, que tem como foco os trabalhadores da rede pública estadual de saúde.

A data de início da aplicação da portaria considera a oferta integral da primeira dose aos trabalhadores. Ele informou, ainda, que ao longo deste mês, os municípios irão informar ao Ministério da Saúde quem foi imunizado, para que a Secretaria Estadual de Saúde possa monitorar pelo aplicativo Conecte SUS Cidadão, por meio do qual a população também pode obter seu cartão de vacinação eletrônico, bem como informações sobre qual vacina foi tomada e o prazo para a segunda dose.

Os servidores, sejam efetivos, comissionados, empregados de fundação estatal, bolsistas ou residentes, que deixarem de comparecer ao trabalho, terão corte em seus salários. Entretanto, a posição dos profissionais da saúde, relata Nésio, não tem sido de recusa à vacinação. “O que temos visto é uma posição pró-vida, pró-ciência, pró-SUS [Sistema Único de Saúde]”, diz.
O secretário também ressaltou que o comportamento das pessoas no feriado de Carnaval, na próxima semana, pode fazer com que a tendência de queda de internações, casos observados e óbitos sejam alterados. “A queda pode ser interrompida com festas clandestinas, familiares, não adequadas a esse momento de pandemia”, alertou. O secretário aponta que, nos últimos dois meses, houve queda de casos observados na Grande Vitória, e, no último mês, no interior.
No que diz respeito às internações, o registro, segundo Nésio, é de cerca de menos de 500 por dia na última semana. Isso corresponde a uma queda de 15% se comparado com 25 de janeiro, quando registrava-se uma média de 550 por dia. O secretário alertou para outro fator, além do Carnaval, que pode agravar a pandemia da Covid-19. Trata-se do que ele chama de “naturalização perigosa dos sintomas de síndrome respiratória. De acordo com o secretário, as pessoas têm sentido os sintomas, mas não têm procurado auxílio médico.
O subsecretário de Vigilância Sanitária em Saúde, Luiz Carlos Reblin, destacou que essa naturalização da doença abarca também a naturalização do óbito em pessoas mais velhas. Nésio salientou que mesmo sem identificação da nova cepa no Estado, é preciso manter os protocolos sanitários, pois a cepa original, se ficar circulando, pode sofrer mutações. Outro alertaé para o fato de que, independentemente de a pessoa já ter tomado vacina, é necessário manter os protocolos sanitários.
“Não se pode perder o senso de perigo da doença mesmo para quem já vacinou”, destaca Nésio, alertando que é preciso esperar a segunda dose e o tempo necessário para que a vacina surta efeito.
Pacientes de Rondônia e Manaus
Nésio afirma que a oferta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes de Rondônia foi feita após solicitação do governador Marcos Rocha (sem partido), pois há uma crise na oferta de leitos, que não podem ser expandidos por falta de mão de obra especializada. O Espírito Santo já recebeu três rondonienses, que se encontram em UTIs exclusivas no hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra. Os trabalhadores que os atendem também são específicos para evitar circulação em outros ambientes da unidade hospitalar. Entre os pacientes de Manaus, há 21 com possibilidades de alta clínica. Três retornarão ainda nesta segunda para seu Estado.
O Espírito Santo notificou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as companhias aéreas para enviarem as relações de passageiros do Amazonas e Rondônia que vierem para o Espírito Santo. “Faremos uma reunião com a Anvisa e as companhias para uma vigilância maior no aeroporto em relação a pessoas que vierem desses lugares”, informou o secretário.
Vacinação
A partir desta segunda-feira, os municípios receberão doses suficientes para aplicar a segunda dose em quem já tomou a primeira, garante Reblin, diante da chegada do quarto lote da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, em São Paulo, nesse domingo (7). Estima-se para a segunda quinzena de fevereiro a chegada de novos lotes dessa vacina e da AstraZeneca. “Se houver indisponibilidade de idosos acima de 90 anos, é possível que a vacinação avance para outros grupos de idosos em ordem decrescente de idade”, prevê Reblin.
Quanto aos profissionais da educação, que tiveram que retornar às atividades presenciais mesmo sem terem sido imunizados, Nésio afirmou que quando houver disponibilidade de doses irá antecipar a vacinação não somente desse grupo, mas também dos trabalhadores da segurança pública. Porém, ainda não há nenhuma previsão de quando isso será possível.
Durante a coletiva também foi informado que chegarão cerca de 2,2 milhões de novas seringas em março, e que até lá serão abertos mais 100 novos leitos de UTI.

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