Com rejeição de Sérgio Meneguelli, Capitã Estéfane assume após 40 dias da pasta sem secretário definido
A publicação da nomeação no Diário Oficial pegou de surpresa os fazedores culturais da Capital. “Incrível como não conseguem enxergar uma pessoa da cultura como secretário (a). É muito desprezo com a nossa categoria”, manifestou um integrante do Conselho Municipal de Política Cultural.
O anúncio de Estéfane, que não é da área cultural, vem no dia seguinte à rejeição do cargo pelo ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli (Republicanos), correligionário do prefeito de Vitória, que aproveitou o convite para levantar seu nome na mídia e depois dizer que iria focar em seus planos na política para concorrer ao legislativo em 2022.
Curiosamente, anteriormente, durante as visitas do prefeito às secretarias, a vice substituiu Pazolini em visita à Semc. Durante uma reunião do Conselho, uma participante chegou a mencionar a grande afinidade de Estéfane com a área da cultura, embora a maioria dos artistas e produtores culturais da cidade desconheça atuação dela neste setor.
Mas é estranho que a nomeação da vice para responder pela secretaria tenha sido publicada no Diário Oficial do município, mas ainda não em suas redes pessoais e nem virado notícia no site da prefeitura.
A situação só reforça o que muitos conselheiros vem insistindo nesses 40 dias de gestão: Pazolini parece não saber bem que rumos dar à pasta. O próprio convite a Meneguelli depois de mais de um mês de gestão para ser publicizado e rejeitado soa como uma manobra para ganhar tempo.
Agora, a pasta fica sob o comando de alguém de extrema confiança, a vice-prefeita, até que o prefeito encontre uma solução. Quem respondeu inicialmente pela Semc nos primeiros dias de gestão foi a subsecretária de Comunicação Valéria Morgado, depois substituída com a nomeação de Luciano Gagno como subsecretário de Cultura, passando este a responder interinamente pela secretaria.
Se bem que Gagno teve alguns atritos com o Conselho Municipal, também soube recuar e abrir diálogo com os representantes do setor. A insatisfação maior aparentemente não era com ele, mas com a falta de definição de um secretário definitivo. A nomeação de Estéfane pode representar então que Pazolini quer acompanhar mais de perto a Semc e ganhar ainda mais tempo para decidir o que fazer com a pasta.