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Saia justa

Ação contra reeleição de Erick é movida pelo partido de Raquel Lessa, também reconduzida para a atual Mesa Diretora

Tati Beling/Ales

A providência para “zerar” a reeleição do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), não veio da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) nem do PSB, acionados pelo deputado Sergio Majeski após fazer duras críticas à recondução de Erick para um terceiro mandato. Mas sim da Nacional do Pros, partido que envolveu na Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) protocolada no Superior Tribunal Federal (STF), nessa segunda-feira (22), além do Espírito Santo, outros sete estados. Por aqui, a medida impõe uma saia justa. Na Assembleia, o Pros tem apenas uma cadeira, da deputada estadual Raquel Lessa, alinhada a Erick, e, principalmente, integrante da atual Mesa Diretora. Ela ocupa o cargo de terceira secretária, resultado da eleição contestada no Supremo, e também foi reconduzida, mantendo-se na mesma função do biênio anterior (2019-2020). No primeiro comando exercido por Erick, na legislatura passada (2017-2018), Lessa já participava, só que como primeira secretária. O impedimento, porém, aplicado primeiro ao Congresso Nacional, se refere a duas reeleições no mesmo período legislativo (quatro anos). Com o julgamento do STF, que tem determinado em processos semelhantes a destituição das atuais Mesas Diretoras e a realização de outros pleitos, Lessa entra no bolo junto com Erick, passando a depender de novas articulações para entrar numa futura chapa. Embora o presidente da Assembleia já tenha manifestado que irá contestar qualquer medida judicial que o tire do cargo, a sequência recente do Supremo não tem deixado passar. Os deputados estaduais, tudo indica, já podem abrir uma nova rodada de negociação.

Mais uma
Assim como ocorreu em Roraima, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou nesta terça-feira a realização imediata de nova eleição para a Mesa da Assembleia de Mato Grosso e vedou a posse de parlamentares nos mesmos cargos durante os dois biênios anteriores. No primeiro caso, assina a ação o Psol, no outro, a Rede Sustentabilidade.

Aliança
Por aqui, das sete cadeiras da Mesa Diretora, se mantiveram na composição, em comparação com o biênio anterior, Erick, Raquel Lessa e Marcelo Santos (Podemos), que é o primeiro vice-presidente. Os demais foram substituídos por nomes mais ligados ao governo, resultado do alinhamento entre o presidente da Assembleia e Renato Casagrande.

Apostas
Confirmadas as previsões, a única certeza: o candidato será um deputado sob domínio de Erick e do Palácio Anchieta. Diante da primeira ameaça de impedimento, Dary Pagung (PSB), líder do Governo e hoje primeiro secretário, foi o principal cotado. Volta ao topo?

Apostas II
Mas, na própria Mesa, tem ainda Marcelo Santos (Podemos), muito ligado a Erick e aliado de Casagrande, e o Coronel Alexandre Quintino, que tirou o PSL do campo de oposição para se aliar ao governador, e manifestou interesse em presidir a Assembleia ainda no ano passado. Veremos…

Sem abacaxi
Depois da votação em plenário sobre a prisão do deputado bolsonarista Daniel Silveira (PSL-RJ), a bancada capixaba se livrou do abacaxi no Conselho de Ética da Câmara. O processo por quebra de decoro foi instaurado nesta terça-feira, mas sem a participação de deputados do Estado, que não integram o colegiado. Nem como titular, nem como suplente.

Placar
No caso da prisão do deputado que ameaçou o Supremo Tribunal Federal (STF), a bancada ficou dividida: cinco votaram pela manutenção, cinco contra. Nunca é demais lembrar – a favor: Evair de Melo (PP), Ted Conti (PSB), Helder Salomão (PT), Amaro Neto (Republicanos) e Felipe Rigoni (PSB). Contra: Soraya Manato (PSL), Norma Ayub (DEM), Da Vitória (Cidadania), Neucimar Fraga (PSD) e Lauriete (PSC).

Pergunta
O caso de Brejetuba, tratado aqui na coluna passada, deixa uma pergunta: é impressão ou o deputado estadual Hudson Leal (Republicanos) está bem mais atuante e interessado em providências do que Fabrício Gandini, o presidente estadual do Cidadania, partido do vereador ameaçado Antônio da Saúde?

Recusa inexplicável
O ex-vereador de Vitória Roberto Martins (Rede) protestou nas redes sociais por mais uma rejeição ao projeto de sua autoria que institui consulta popular para a mudança do nome de logradouro público nos casos em que houver forte clamor público, como da menina Araceli, brutalmente assassinada em 1973, aos nove anos.

Recusa inexplicável II
A história é conhecida: a Avenida Dante Michelini, na Praia de Camburi, homenageia, nada menos, que o pai e avô de dois suspeitos do crime apontados pela Justiça, Dante Michelini e Dante Michelini Junior, o Dantinho. A proposta, que já havia sido vetada em 2018 e 2019, pretendia submeter aos moradores a decisão de mudar para Avenida Araceli Cabreira Crespo. Seria o mínimo!

Só três
Assim como na legislatura passada, os atuais vereadores, eleitos em 2020, seguiram a mesma postura questionável. “Isso demonstra o quanto o discurso em memória de Araceli, na boca de alguns políticos, não passa de retórica moralista”, disparou Martins. Só foram a favor do projeto Camila Valadão (PSL), Karla Coser (PT) e Duda Brasil (PSL).

Mesma cartilha
Já os contrários, anota aí: Armandinho Fontoura (Podemos), Aloísio Varejão (PSB), Anderson Goggi (PTB), Denninho Silva (Cidadania), Gilvan da Federal (Patriota), Luiz Emanuel Zouain (Cidadania), Luiz Paulo Amorim (PV), Delegado Piquet (Republicanos), Mauricio Leite (Cidadania) e Andre Brandino (PSC).

PENSAMENTO:
“Homens convictos são prisioneiros”. Friedrich Nietzsche

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