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Escola de Santa Maria de Jetibá fecha após sete casos de Covid-19

Em Cariacica, trabalhadores reivindicam fechamento de escola com dois casos registrados 

A Vigilância Sanitária suspendeu por 15 dias as aulas em todos os turnos na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Graça Aranha, em Santa Maria de Jetibá, região serrana do Estado, após a confirmação de sete casos de Covid-19 entre alunos e professores. No entanto, profissionais que trabalham na unidade de ensino se queixam que o órgão não foi ágil ao tomar a iniciativa, na última sexta-feira (26), uma vez que não fechou a escola de imediato ao saber do número de pessoas infectadas.

Os trabalhadores relatam que a primeira resposta dada pela Vigilância Sanitária, em 22 de fevereiro, foi de que não haviam sido identificados pelo menos dois casos em uma mesma turma, não configurando a existência de um surto no ambiente escolar. “Dá a entender que pode ter um professor ou um aluno infectado em cada sala de aula e que está tudo bem mesmo assim”, exemplificam os profissionais, questionando, ainda, se a resposta é fruto de um mero erro da Vigilância ou uma decisão política para não desagradar o governo do Estado. O reposicionamento do órgão, afirmam, trouxe alívio para a comunidade escolar.
É a segunda vez que o Graça Aranha fecha durante a pandemia após registrar casos de Covid-19. A primeira foi em novembro último, quando dois trabalhadores do mesmo turno foram confirmados positivo em um período inferior a 14 dias. Entretanto, foram suspensas somente as aulas do turno vespertino, onde os casos foram registrados, mantendo-se as do matutino e do noturno. Na ocasião, os trabalhadores questionaram a decisão, afirmando que há pessoas como serventes e diretor, que transitam em vários turnos.

‘Protelam as medidas’

Em Cariacica Sede, na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio São João Batista, de acordo com profissionais da educação, foram identificados dois casos de Covid-19, mas embora a Vigilância Sanitária tenha sido comunicada no dia 24, não há um posicionamento sobre o fechamento da unidade, conforme relatam os trabalhadores. Eles contam que, ao contatar novamente a Vigilância Sanitária, foi solicitado que aguardassem uma resposta sobre o assunto por e-mail.
Escola São João Batista. Foto: Redes sociais

“Achamos impessoal e pouco responsável. A impressão que de que estão dificultando e protelando as medidas para fechar”, acreditam. Para eles, falta transparência nos dados a respeito da Covid-19 em todo o Estado. “Quais escolas têm casos confirmados? Quantos casos? Falta transparência. A gente precisa saber o que está acontecendo. Parece é que há uma distorção entre a imagem que é vendida de segurança nas escolas e a realidade que de fato a comunidade escolar está vivendo”, dizem.

Painel Covid Educação

A reivindicação por transparência nos dados também é feita pelo coletivo Resistência e Luta Educação. Segundo o professor e integrante do coletivo, Swami Bérgamo, o grupo irá solicitar ao governo Renato Casagrande a criação de um Painel Covid Educação atualizado em tempo real com informações sobre pessoas afastadas, casos suspeitos e que testaram positivo nas escolas estaduais. A reivindicação seria feita no ano passado, por meio de pedido na Defensoria Pública do Estado (DPES) e no Ministério Público do Espírito Santo (MPES), mas não foi possível diante do recesso do Judiciário.
A ação será retomada após o Resistência e Luta ter priorizado, em 2021, as mobilizações contra o retorno das aulas presenciais, conforme relata Swami. O professor afirma que o coletivo se apôs ao retorno sem vacinação dos profissionais da educação. “É um desrespeito ao direito constitucional da vida. Não adianta dizer que as pessoas não são conscientes, pois manter a escola fechada ou não é uma decisão do governo”, ressalta.
O professor aponta, ainda, as dificuldades de manter os protocolos de segurança sanitária. “Os alunos se aglomeram, andam juntos, se abraçam”, afirma. 

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