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​Governadores voltam a se reunir para negociar compra direta de vacinas

Casagrande e os outros governadores, que têm agenda em Brasília nesta terça, buscam vacina da Rússia, China e Índia

“A decisão de todos os governadores é que a gente possa tentar comprar vacinas, para adiantar o cronograma nacional de vacinação”. A declaração é do governador Renato Casagrande (PSB), que nesta terça-feira (2) participa com outros governadores de uma visita à União Química, representante da vacina russa Sputinik, “para ver se existem perspectivas, alguma possibilidade de eles ampliarem a oferta de vacinas para Brasil”.

A movimentação dos governadores ganhou mais força depois das frequentes demonstrações de falta de liderança para aquisição das vacinas por parte do governo federal, agravada com declarações do presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, ele voltou a criticar o uso de máscaras e promoveu novas aglomerações.


O governador Renato Casagrande afirmou que a proposta e o cronograma do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciados em reunião com os governadores, é que até o final deste ano, ele possa vacinar todos os brasileiros. “Nós estamos tentando em comum acordo com o Ministério da Saúde, 27 governadores, buscar fornecedores fora daqueles contratos que ele já tem, para que a gente possa comprar mais vacinas”.

No encontro desta terça-feira na União Química, em Brasília, Casagrande disse que a pretensão é saber se “existem perspectivas, alguma possibilidade de eles ampliarem a oferta de vacinas para Brasil, compradas pelo governo federal. Se o Ministério da Saúde não tiver essa condição, os governadores podem comprar essa vacina”, acentuou.

“Mas também estamos em contato, através do governador Wellington Dias (PT), do Piauí, com o embaixador da China, embaixador da Índia, marcando conversa com eles para que a gente possa ter fornecedores desses países para termos mais vacinas para ofertar à população brasileira, através da compra pelos governadores”, acrescentou Casagrande.

Para ele, “tem um movimento aí de muita gente, também o setor empresarial está fazendo uma campanha e um trabalho ‘Vacina para todos’, então todos têm que se envolver efetivamente para que a gente possa salvar vidas no Brasil”.

A ação dos governadores acrescenta elementos de pressão ao governo federal, a exemplo de outros movimentos, entre eles o liderado pela empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luíza. O Mulheres do Brasil soma mais de 70 mil mulheres de diversos setores, com a finalidade de criar engajamento político em busca de avanços no país, e serviu de base ao “Vacina para todos”.

O projeto pretende diagnosticar todos os mais de 5.500 municípios do Brasil, a partir de consultas com cientistas como Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, e a médica capixaba Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A iniciativa dos governadores surge em meio a ataques do presidente Jair Bolsonaro. Em uma de suas declarações na semana passada, o presidente acusou governadores de “fechar estados”, referindo-se ao lockdown decretado pelo governador Rui Costa (PT), da Bahia, e Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, além de medidas restritivas adotadas em Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará, Paraíba, Piauí, Amazonas e Rio Grande do Norte.

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