Cursinho popular integrante da Rede Educação em Disparada, projeto aceita inscrições até o final de março
Cursinho popular integrante da Rede Educação em Disparada, junto a outros projetos semelhantes espalhados pelo Brasil, o Cursinho Tereza de Benguela está com inscrições abertas até o final de março para professores e colaboradores voluntários interessados em construir a educação popular no Espírito Santo, “uma educação livre, popular e emancipadora”.
Mutirões de “aulões” nos bairros, doações de livros e acompanhamento online formam a estrutura de trabalho de 2021, segundo ano pandêmico e terceiro de sua existência. Estudantes também podem se inscrever para ajudar nos núcleos de disciplinas ou em áreas como comunicação, finanças e cultura.
“A gente trabalha na defesa da educação pública e de qualidade e na democratização desses espaços. Então toda pessoa que quer entrar no cursinho numa universidade federal, é super bem-vindo”, explana a coordenadora do Tereza de Benguela, Maria Isabel Cardoso, a Mabel, que é estudante universitária, de licenciatura em Física.
“Nosso trabalho é voltado para o estudante, jovem ou adulto, que quer entrar na Ufes [Universidade Federal do Espírito Santo], quer completar o ensino superior, mas não tem como pagar um cursinho particular”, conta, salientando que todas as aulas são 100% gratuitas e, todos os colaboradores e professores, voluntários. O financiamento do projeto é feito a partir de doações e ajudas de parceiros e apoiadores.
“A gente é um grupo de jovens organizados politicamente no Disparada”, declara Mabel. O Disparada é coletivo nacional que tem a missão de organizar os jovens em seus diversos espaços, com atuação em três eixos centrais: movimento estudantil; movimento comunitário e territorial; e movimento cultural, este, com o Coletivo Crias da Utopia.
Depois dos mutirões, os estudantes receberão acompanhamento via internet, com atividades diversas: culturais e tutorias, que é o acompanhamento mais próximo dos voluntários com os alunos, além de postagens de vídeos para os alunos estudarem no momento que puderem, e grupos nas redes sociais para tirar as dúvidas.
Os cursinhos populares, exulta Mabel, “são uma porta, uma chance, uma oportunidade” para os estudantes que almejam o ensino superior e têm dificuldade em acessar cursinhos particulares caros. “Quanto mais cursinho popular existir para oferecer aulas, melhor para os estudantes”, consagra, em respeito a outras iniciativas semelhantes no Estado e no país.