Campanha teve início no Estado no último domingo e pretende se reunir com entidades e governo
O Movimento Brasileiro de Solidariedade a Cuba lançou na noite dessa terça-feira (2) a campanha “Mais vacinas – Soberana”, o imunizante desenvolvido inteiramente pelo instituto Finlay, em Havana, capital cubana, que inicia neste mês a terceira fase de ensaios clínicos. Participam da ação os estados do Amazonas, Pará, Rio de Janeiro, Brasília, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Alagoas, Bahia, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e Espírito Santo, que já promoveu um evento na Praia de Camburi, em Vitória, no último domingo (28).
No lançamento, realizado virtualmente, ficou acertado que as entidades do Movimento de Solidariedade a Cuba no Brasil motivem a população, a comunidade cientifica, movimentos sociais, frentes populares e políticos. Fazem parte da campanha os deputados federais Helder Salomão e (PT) e Alexandre Padilha (PT-SP), médico e ex-ministro da Saúde no governo Dilma Rousseff.
A campanha pode ser acessada no site www.vacina-soberana.com, desenvolvido pelo comitê carioca. Os participantes irão difundir o movimento por meio de visitas a autoridades, para que conheçam a vacina Soberana 2 e convencê-los da necessidade de fazer o testes clínicos da fase 3, e, posteriormente, da compra do imunizante.
A campanha prevê ainda pressão ao Congresso Nacional para a derrubada imediata do veto presidencial ao projeto de lei que permite aos estados e municípios comprarem as vacinas; e articulação no terreno científico e de figuras de destaque nacional nas artes e na política para superar as barreiras da mídia tradicional.
Além disso, estão programadas lives e entrevistas com o infectologista cubano Yoneski Gutiérrez, o embaixador cubano no Brasil, Rolando Gómez Gonzáles, e o cônsul geral de Cuba em São Paulo, embaixador Pedro Monzón.
O deputado Helder Salomão colocou em tramitação no Congresso Nacional o Projeto de Lei 69/21, que já conta com mais de 30 adesões de parlamentares, visando a utilização da vacina Soberana 2. O assunto também é tratado entre a Universidade de Campinas (Unicamp), de São Paulo, e o Ministério da Saúde Pública de Cuba, além de contatos já realizados pelo ex-ministro Alexandre Padilha com a Embaixada de Cuba no Brasil.
Os organizadores do movimento entendem que o Brasil atravessa uma “situação inédita em sua história. O país que já foi referência mundial em campanhas de imunização hoje se encontra vivendo uma pandemia que cresce a cada dia ante a impossibilidade de uma vacinação massiva da nossa população”. Nesse contexto, programam encontros a entidades de classe, médicos e ao secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes. A programação inclui ainda lives, manifestações culturais, palestras e outros eventos, como carreatas.
O Instituto Finlay, que desenvolveu a vacina, possui experiência na produção de diversos imunizantes para o mercado interno e exportação, e terminou adequadamente todas as fases pré-clínicas. “A ideia é de que parte da fase III de estudo clínico da vacina seja realizada no Brasil, com a participação de alguma instituição do país com expertise em vacinas, o que poderia diminuir o tempo de aprovação pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]”, explica material de divulgação da campanha. Cuba planeja realizar esta fase em mais de 150 mil pessoas em seu território e em outros países que já se candidataram.
“Entendemos que essa seja a forma mais rápida para a aprovação desta vacina no Brasil, além de termos a possibilidade de realizar um contrato preferencial, o que nos colocaria à frente na fila para a aquisição de imunizantes”, explica o material da campanha, que destaca: “É importante ter em consideração que o Instituto Finlay prevê a produção somente neste ano de 100 milhões de doses da vacina Soberana 2”.