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‘Ônibus não têm hora para voltar a circular’, diz Sindirodoviários

Afastados desde maio do ano passado, cobradores reivindicam retorno às atividades

Desde às 3h desta segunda-feira (8), os cobradores do Sistema Transcol paralisaram suas atividades. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Espírito Santo (Sindirodoviários), Valdecy Dulcilina, afirma que a mobilização não tem hora para terminar. Os cobradores, que estão afastados desde maio de 2020, retornariam às atividades nesta segunda, entretanto, não foi o que aconteceu, deixando a categoria ainda mais atenta à possibilidade de demissão.

O novo prazo para o retorno dado pelas empresas que operam o sistema, informa o diretor do sindicato, é 28 de março, mas o clima entre os cobradores é de descrença. “Estão afastados desde o ano passado, recebendo para ficar em casa. A gente nunca viu empresa dar nada de graça. Aí tem! Querem mandar todo mundo embora”, diz. Ao todo, informa Valdecy, são cerca de quatro mil cobradores nessa situação. No dia quatro de janeiro, eles fizeram uma paralisação que culminou em diversas manifestações durante a semana.

Com a situação, o Sindirodoviários, as empresas e a gestão de Renato Casagrande participaram de audiências no Ministério Público do Trabalho (MPT), mas, segundo Valdecy, não chegaram a um acordo, cabendo à Justiça decidir. “As empresas não querem o retorno dos cobradores”, afirma.

Valdecy relata que os cobradores estão em todas as garagens da Grande Vitória, impedindo a saída dos ônibus. Com eles estão também os motoristas, que aderiram ao movimento, já que estão cumprindo dupla função. Sem o auxílio dos cobradores, os motoristas ficam sobrecarregados, o que, inclusive, causa acidentes, alerta o diretor da entidade.

Outro questionamento é em relação à obrigatoriedade do uso do Cartão GV, uma vez que há pessoas que entram no ônibus sem ele, não podendo prosseguir na viagem, o que faz com que alguns agridam os motoristas. Os trabalhadores também criticam a dificuldade de aquisição do cartão em comunidades populares, principalmente.

O argumento para a retirada dos cobradores em maio de 2020 foi a pandemia da Covid-19. Segundo do Governo do Estado, a circulação de dinheiro no transporte público poderia aumentar a circulação do vírus. Os cobradores contestam o argumento, já que todas atividades comerciais foram flexibilizadas. “Não tem porque manter a restrição à circulação de dinheiro somente nos ônibus, pois o comércio está a todo vapor”, ressalta Valdecy.

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