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Governo suspende cirurgias eletivas e anunciará medidas restritivas

Nésio Fernandes e o subsecretário Reblin alertam que Estado não tem mais município em risco baixo para a Covid-19

O Mapa de Risco da Covid-19 que irá vigorar a partir da próxima segunda-feira (15) ainda vai ser divulgado na noite desta sexta (12) pelo governo do Estado, mas o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, já adianta: aumentará o número de municípios em risco alto, hoje somente um (Ibatiba), e não haverá nenhum mais em risco baixo. Assim, diante do agravamento da pandemia, a gestão estadual anunciou recomendação à rede privada para suspensão de cirurgias não essenciais, para não colapsar o sistema de saúde, e irá determinar medidas restritivas mais severas, a serem discutidas na tarde desta sexta durante a reunião da Sala de Situação, não descartando a possibilidade de lockdown nas próximas semanas.

As informações foram divulgadas nesta sexta pelo secretário Nésio junto com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. Eles alertaram que o Espírito Santo está na fase de aceleração das curvas de casos, internações e óbitos por Covid-19, o que pode se agravar nas próximas quatro semanas. Diante disso, será publicada no Diário Oficial deste sábado (13), portaria que faz uma “recomendação explícita” pela suspensão de cirurgias não essenciais na rede privada, garantindo a venda de parte dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o Sistema Único de Saúde (SUS) e o atendimento de Covid-19 para os pacientes dos planos de saúde. No SUS, as cirurgias eletivas também serão suspensas.

Também serão adquiridos mais de 160 leitos na iniciativa privada, entre UTI e enfermaria. O secretário salientou que a taxa de ocupação de leitos, que hoje se encontra na faixa de 83%, é maior do que a verificada em cinco de julho de 2020. A situação atual se torna ainda mais complicada, porque os dias de internação giram em torno de 12 dias, já em julho giravam em cerca de oito ou nove, portanto, conclui-se que a mesma quantidade de leitos nesse período do ano passado atende menos pacientes neste momento da pandemia. No entanto, alerta o secretário, “somente ampliação de leitos não irá salvar vidas”.

O secretário chama atenção para o fato de que o Espírito Santo pode chegar a viver o colapso do sistema de saúde, sendo a chegada à taxa de 90% de ocupação dos leitos o gatilho para medidas mais extremas. Diante da possibilidade do colapso, foram suspensas a vinda regular, para o Estado, de pacientes de Covid-19 de outras unidades federativas. Porém, afirma, a capacidade de internações para pessoas do Espírito Santo pode ser afetada pela chegada de pessoas de outros estados, de forma independente, principalmente Minas Gerais e Bahia, para se tratar da doença.
Ainda sobre a ocupação de leitos, o secretário afirmou que na próxima semana serão abertas novas vagas, antecipando a abertura que estava prevista para abril. Inicialmente serão 40. Os dados referentes à taxa de ocupação na rede privada serão, segundo Nésio, atualizados diariamente, como forma de garantir a transparência.
O secretário voltou a solicitar mobilização e coesão por parte da sociedade civil e das empresas, além de alertar que, embora o perfil das pessoas internadas ainda seja predominantemente de pacientes com mais de 60 anos e com comorbidades no Espírito Santo, os jovens não devem se abster da prevenção da doença, já que em outros estados os perfis já mudaram, reduzindo a média de idade que necessita de internação, com complicações. “Além do mais, não podemos naturalizar a doença, dizer ‘para mim, a doença não causa dano’, mas causa para alguém que, pelo fato de você não seguir as regras, pode se contaminar e vir a óbito”, diz Reblin.
Em relação aos municípios, o subsecretário informou que a secretaria, em contato com a gestões municipais, dialoga no sentido de ampliar vagas no pronto atendimento para acompanhamento de casos leves, que não precisam de internação hospitalar, além de prezar pelo funcionamento da atenção básica.
Vacinação
O início da vacinação de pessoas a partir de 60 anos, ainda em março, está “frustrada”, segundo Nésio, diante da insuficiência de doses disponibilizadas pelo governo federal. Assim, a imunização desse grupo, que é de cerca de 560 mil pessoas, pode começar somente em abril.

O secretário ratificou que o Espírito Santo mantém diálogo com fabricantes para aquisição de vacinas, inclusive, para buscar dar início à vacinação de pessoas a partir de 30 anos ainda no primeiro semestre. 

Quanto aos efeitos adversos da AstraZeneca, como a possibilidade de formação de coágulos sanguíneos que podem causar embolia pulmonar, conforme suspeita na Áustria, Nésio Fernandes afirmou que não há registros desse tipo de ocorrência no Brasil e que aguarda parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tomar as medidas cabíveis.

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