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​A direita liberal quer palanque

As articulações no Espírito Santo ganharam novo impulso depois do discurso do ex-presidente Lula

O deputado Felipe Rigoni, que deve deixar o PSB e ser recebido com tapete vermelho no ninho tucano, incentivado por grupos ligados ao ex-governador Paulo Hartung (sem partido), e o prefeito de Linhares, Guerino Zanon, ainda filiado ao que restou do MDB no Estado, são os nomes sinalizados pela direita liberal para a construção, no Espírito Santo, de palanques para o governador paulistano, João Dória, e o apresentador de televisão Luciano Huck na sucessão presidencial de 2022.

As articulações no Espírito Santo, que passam pela sucessão do governador Renato Casagrande (PSB), ganharam novo impulso na esteira da movimentação política em nível nacional como via de consequência direta do discurso do ex-presidente Lula, no dia 10 do mês, deflagrando a campanha eleitoral de 2022. As conversas e ações partem de centros de decisões mais importantes do país, São Paulo, Brasília e Rio, e aportam aqui com a finalidade de reforçar a oposição a Jair Bolsonaro e seu desgoverno que celebra a morte, na curva ascendente da Covid-19, e debocha da dor alheia.

Ao mesmo tempo, elas investem na desconstrução do ex-presidente Lula e, nesse caso, os nomes não importam muito, seja Dória ou Huck e até mesmo Ciro Gomes, do PDT, o que vale é erguer uma barreira para garantir espaços em 2022. O discurso do dia 10 assustou, na medida em que representa um divisor de águas no cenário político nacional, determinando o nível de influência do ex-presidente, mesmo com o antipetismo ancorado no ódio de classe que parte da área empresarial, da classe média desinformada e, também, entre os religiosos, notadamente os que se dizem cristãos e seguem uma teologia distorcida com matriz nos Estados Unidos.

Inconstante, esse público abraça uma pauta de falso moralismo voltado para usos e costumes e, ao mesmo tempo, não desgruda da telinha da TV e se encanta com as atrações ali apresentadas, as quais faz questão de imitar e idolatrar seus atores, estabelecendo uma nítida contradição com a prática no dia a dia. O bom mocismo de Luciano Huck se encaixa nesse contexto, reforçado no clima de ajuda ao próximo no seu programa de TV, de baixíssimo nível, recheado de filantropismo, fator extremamente relevante para ampliar sua popularidade.

Não sem motivo, a imprensa corporativa passou a bater em Bolsonaro e investir no achincalhe da uma polarização entre ele e Lula. São reportagens, comentários e pesquisas dando conta da preferência popular de um presidente que não seja nem um nem outro. Passa batido, para o grande público, o objetivo principal, que é a desmoralização do ex-presidente, que se mostrou um conhecedor dos problemas nacionais e sinalizou um projeto de nação já pronto para ser colocado em prática.

Rigoni e Zanon estão no contexto, ao qual tenta se juntar o ex-presidente da Federação das Indústrias, Léo Castro, com poucas chances de chegar ao palácio Anchieta, devendo se contentar em concorrer à Assembleia Legislativa, considerando o tamanho da fila para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados. Com essa movimentação e em meio a outros atores ainda nos bastidores, o governador Renato Casagrande, candidato à reeleição, vê aumentar a cada dia o número de eventuais adversários, muitos dos quais com trânsito livre nos corredores do palácio Anchieta.

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