Mark Zuckerberg (Facebook), Jeff Bezos (Amazon), Sundar Pichai (Google) e Tim Cook (Apple) negaram praticar monopólio
Há cerca de um ano, a subcomissão da Concorrência do Congresso dos Estados Unidos da América começou sua investigação oficial das quatro big techs e de como exercem este domínio de mercado, podendo configurar ações de truste. O presidente da comissão começou as sessões de interrogatório com a acusação de que estas empresas prejudicam a democracia e impedem a concorrência de mercado.
Os CEOs destas empresas foram questionados e interrogados. Mark Zuckerberg, do Facebook, Jeff Bezos, da Amazon, Sundar Pichai, do Google, e Tim Cook, da Apple, todos negaram praticar monopólio de mercado e de anular a concorrência. Pichai e Zuckerberg foram os mais questionados pelo Comitê Antitruste.
O Google, devido ao alcance em diversos setores, foi fortemente pressionado a se explicar, e o Facebook, com escândalos políticos, como o da Cambridge Analytica, também sofreu pressão dos interrogadores.
Ações do Facebook para anular possíveis concorrentes também foram levantadas, por exemplo, na compra do Instagram pela empresa de Zuckerberg. Ele disse que a plataforma fundada por Kevin Systrom e Mike Krieger era um concorrente na área da fotografia, e não se via o Instagram como uma rede social.
Zuckerberg também foi questionado por ter feito ameaças a Systrom, por e-mail, dizendo que o Facebook criaria um recurso semelhante caso o executivo não aceitasse o acordo, nada muito diferente da ação destrutiva contra o Snapchat, que não fez acordo com o Facebook e sofreu as consequências. No caso do Instagram, este foi vendido para o Facebook.
Tim Cook foi questionado na posição da Apple alegar tratamento igual aos desenvolvedores e, no entanto, em um e-mail enviado por Eddy Cue, SVP de Internet, Software e Serviços da Apple, a Jeff Bezos, é discutido termos mais brandos para a inclusão do Amazon Prime Video no iOS em 2017.
Tim Cook também foi inquirido no fato da App Store ter domínio absoluto nos dispositivos Apple, pois não existe possibilidade de aquisição de um aplicativo fora desta loja oficial, ou acesso a outras lojas, e ainda temos a prática de remoção de apps que tiveram suas funções incorporadas, posteriormente, ao sistema iOS de forma nativa, quando estas funções passam a ser implementadas pelo sistema operacional.
Tal como Zuckerberg, Jeff Bezos foi pressionado por também ter feito práticas predatórias na aquisição da concorrência, como no caso da Quidsi Inc., administradora da Diapers.com e da Soap.com, empresas varejistas de vendas e entregas online.
Sendo que a Diapers.com foi fundada em 2005 e vendia fraldas e lenços umedecidos, leite em pó e outros produtos para bebês, fazendo entrega em todo o território norte-americano, e teve a sua matriz comprada pela Amazon em 2010, e suas marcas descontinuadas em 2017, com toda a sua operação absorvida pela gigante do varejo criada por Jeff Bezos.
Sundar Pichai, do Google, também foi inquirido pelo comitê antitruste, pelo domínio absoluto nos anúncios online, remoção ou redução de alcance de conteúdos em seu algoritmo de busca, e ainda temos critérios arbitrários para o que um leitor pode ler ou não ou se um site merece ser encontrado ou não.
Contudo, o maior problema que o Google enfrentou foi ter saído do Project Maven, que era um plano da empresa junto com o Pentágono, que visava o desenvolvimento de IA integrados a drones de vigilância, para uso civil de monitoramento da população e para uso militar visando a atualização dos algoritmos usados no MQ-1 Predator e outros drones.
Depois da pressão de funcionários que fizeram um abaixo-assinado, o Google abandonou o projeto. E perguntas da relação do Google com a China, por exemplo, Pichai acusou de serem acusações absolutamente falsas. O fato é que o Google continua banido da China.
No Comitê Antitruste, estão alguns congressistas que atuaram em processos anteriores, como a da Microsoft, da quebra do Bell System, e a da antiga AT&T, que foi desmembrada. Tal comitê atuou de modo a pressionar e “fritar” as big techs, que entraram no radar que investiga práticas predatórias no mercado de tecnologia.
Gustavo Bastos, filósofo e escritor.
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