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‘Abordagem policial em Jesus de Nazareth foi violenta’, apontam entidades

Galdene Santos, do Movimento dos Direitos Humanos, e associação do bairro relatam que policiais agrediram moradores 

O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) e a Associação de Moradores de Jesus de Nazareth, em Vitória, questionam a ação policial ocorrida no bairro na noite dessa quarta-feira (24) e a abordagem das forças armadas na manhã seguinte. Os relatos dos moradores são de uma abordagem violenta por parte da polícia em relação às pessoas que moram no local, inclusive, xingando-as e ameaçando invadir suas casas, conforme relata o vice-presidente da associação, José Antônio Gomes.

Ele recorda que na noite de quarta a PM abordou um grupo de jovens, supostamente envolvidos com o tráfico, sendo que um foi morto, mas não tinha envolvimento com o crime. No dia seguinte, afirma, a polícia foi fazer patrulhamento na região e moradores começaram a filmar, sendo hostilizados e ameaçados. A militante do MNDH, Galdene Santos, acredita que, diante do histórico de violência policial na comunidade, o ato de filmar vem do fato de os moradores se sentirem acuados.

“Se é uma ação realmente correta, digna, não deveria achar ruim que as pessoas filmem”, diz Galdene, que acrescenta: “a polícia agrediu, xingou, tratou a todos sem distinção como bandidos”. De acordo com ela, o movimento não desconhece que a polícia precisa agir. “O problema é a forma como age, o desrespeito, a truculência e a força maior que a palavra da PM tem em relação à dos moradores”, denuncia.
Para ela, é preciso debater como fazer outras políticas públicas chegarem até os morros, uma vez que a violência policial não é algo que ocorre somente Jesus de Nazareth, mas também em outros lugares da Capital, como o Território do Bem e a Piedade.

O posicionamento de Galdene  também é defendido pelo vice-presidente da associação. “Nosso pedido é que não somente a força policial chegue aqui. Nós temos jovens talentosos que vão para o mundo do crime por falta de oportunidades”, lamenta.

José Antônio destaca, ainda, que a comunidade é formada também por pessoas honestas e está esquecida tanto pela gestão pública estadual quanto municipal. “A comunidade tem anseio de que as gestões públicas subam o morro, gerando oportunidade de mostrar nossos talentos, com políticas de educação, cultura, esporte e lazer”, reivindica.

Para ele, a presença da PM, somente, não muda a realidade de violência da região. “A PM vem, vira as costas, o tráfico volta a atuar. Depois a PM volta, o tráfico se esconde. Quando ela sai, tudo retorna. Fica nesse ‘ioiô’, nessa gangorra”, diz.

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