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Entidades do Estado reforçam reivindicação de lockdown e políticas de proteção social

Inserção de profissionais que atuam com o público nos grupos prioritários de vacinação também é uma das reivindicações 

Entidades da sociedade civil reiteram, em mais um documento protocolado no governo Renato Casagrande (PSB), o pedido de lockdown de pelo menos 15 dias no Espírito Santo, acompanhado de políticas de proteção social, principalmente de renda básica. A reivindicação já havia sido feita em manifesto no dia 30 de março e foi reforçada diante da flexibilização das medidas restritivas que começaram a valer nessa segunda-feira (5).

O grupo, formado por 26 entidades, como sindicatos, centrais, partidos políticos, movimentos populares e coletivos, também defende que o governo do Estado volte atrás na permissão da abertura do comércio não essencial e shopping centers, e que essas medidas sejam promovidas sendo condicionadas à responsabilidade do governo federal em oferecer vacinas em quantidade suficiente para a população.


Outra demanda é de que o calendário de vacinações contemple profissionais que são obrigados a atuar diretamente com o público, como bancários, rodoviários, comerciários, ferroviários e trabalhadores da limpeza pública e dos Correios.

As reivindicações, segundo o documento, são baseadas no fato de que o sistema de saúde capixaba tem uma taxa de ocupação de leitos de mais de 90%, com índice de contaminados pela Covid-19 em 88%, e quantidade de mortes recorde desde o início da pandemia. Em meio a essa realidade, o grupo destaca que “o Estado trabalha com a ameaça de falta de leitos de UTI, de medicamentos fundamentais para atendimento, com a vacinação em ritmo muito lento e com uma baixa taxa de adesão ao isolamento social”.
O grupo aponta como um agravante dessa situação o anúncio do Ministério da Saúde de redução no número de vacinas em abril.
Movimento #AbrilpelaVida
O lockdown e as medidas de proteção social também são defendidos pelo movimento #AbrilpelaVida, lançado na última quinta-feira (1) e apoiado pelos principais cientistas do país. O grupo reivindica pelo período de 21 dias e que a concessão de auxílio financeiro seja feita a aproximadamente 67 milhões de pessoas e 3,3 milhões de estabelecimentos, entre microempreendedores individuais (MEIs) e micro e pequenas empresas. A estimativa é que sejam necessários R$ 36 bilhões para financiar o auxílio a pessoas físicas e R$ 3,3 bilhões para pessoas jurídicas.
Assim, preveem os cientistas que estão à frente do movimento, 22 mil vidas podem ser salvas no país, além de promover a redução pela metade da média móvel de mortos; desafogamento da rede hospitalar; proteção contra variantes do novo coronavírus; e neutralização das perdas econômicas em função da crise pandêmica. “Ainda estamos com um número muito alto de novos casos diários. Sem medidas mais restritivas, teremos muitas mortes nas próximas semanas”, argumenta a doutora em Epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Ethel Maciel.
Reconhecendo que a principal dificuldade para a adesão à medida tem sido a falta de auxílio financeiro adequado por parte do governo federal, a cientista ressalta a importância da simultaneidade das duas medidas pedidas pelo #AbrilpelaVida. “Um auxílio digno é necessário para estimular a adesão [ao lockdown]”, afirma, tendo como referência o valor de R$ 600 em uma única parcela proposto pelo movimento, que é equivalente ao preço atual da cesta básica brasileira.

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