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Contarato no governo do PT?

A conversa com o senador tomou impulso depois da anulação das condenações do ex-presidente Lula

A filiação do senador Fabiano Contarato ao Partido dos Trabalhadores (PT), apontada por lideranças do partido até agora como “uma boa conversa”, poderá ser confirmada ainda nesta semana. O avanço dos entendimentos tomou novo impulso depois da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar o ex-presidente Lula para disputar eleição, no último dia 15, que mexeu no cenário político nacional, antecipando a campanha eleitoral de 2022.

Com as articulações voltadas para um projeto nacional, tendo Lula ou Fernando Haddad na disputa à Presidência da República, o PT constrói estratégias para alcançar fortalecimento nos estados, a mais importante a eleição de governadores. Consumada a filiação de Contarato, como ele próprio já comentou e lideranças petistas já admitem como certa, o senador seria o candidato natural ao governo do Estado, para concorrer com o governador Renato Casagrande (PSB), que busca a reeleição.

Eleito em 2018 para o Senado Federal pela Rede, com 1,1 milhão de votos (31,15%), concorrendo pela primeira vez, Contarato bateu os favoritos nas pesquisas de opinião, os então senadores Magno Malta (PL) e Ricardo Ferraço (então PSDB), e vem se caracterizando por sua atuação de perfil progressista, de oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Há um ano, em 24 de abril de 2020, ele deu entrada em um pedido de impeachment do presidente, juntamente com o senador Randolfe Rodrigues, da Rede (AP), iniciando uma série de ações contrárias ao atual governo, conquistando espaço no âmbito nacional.

Nesse quadro, o PT no Espírito Santo tenta resgatar o poder político perdido depois das movimentações jurídico-midiáticas-políticas de 2016, que resultaram no impeachment golpista da presidenta Dilma Rousseff e na prisão, em 2018, do ex-presidente Lula, cujas condenações sem provas, que lhe valeram 580 dias na prisão, foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no último dia 15. O antipetismo massificado via mídia convencional e por meio de fake news provocou pesadas perdas nas duas últimas disputas eleitorais.

Fabiano Contarato e Renato Casagrande são dois nomes de peso na cena política, com todos os ingredientes para uma disputa polarizada, caso haja condições de acomodar alianças entre o PT e o PSB, partido de Casagrande, no campo nacional. Por enquanto, os contatos caminham nesse sentido, visando ainda neutralizar investidas de opositores, uma do ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos, comandante da Rede no Espírito Santo e potencial candidato ao governo. Essa articulação envolve o ex-governador Paulo Hartung, que já se movimenta no Estado e estica outra ponta junto ao prefeito de Linhares, Guerino Zanon, do MDB, outro provável concorrente ao governo.

O ex-prefeito da Serra amplia a movimentação e se articula com pelo menos oito vereadores na Câmara de seu município, a fim de minimizar eventuais ataques à sua gestão. O apoio do ex-governador a Audifax e ou a Guerino passa por quem apresentar um melhor resultado junto ao eleitorado, via pesquisa de opinião, segundo os bastidores políticos.

Com os nomes de Contarato e Casagrande na disputa, mais Audifax como terceira via, a pretendida candidatura do ex-deputado federal Carlos Manato (sem partido) tende a derreter, seguindo o caminho de Bolsonaro, em queda vertiginosa e ameaçada por um impedimento que poderá sair da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. É a conta pelos quase 400 mil mortos registrados na contabilidade macabra do descaso e do deboche construída no mais desastrado governo da história do País.

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