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Festival lança músicas inéditas de artista negros capixabas

Quatro canções autorais compõem o EP ‘De Dudu para Dudu’, produzido pelo Festival Pretativa

Depois do sucesso do Festival Pretativa, realizado em formato virtual em março com sete horas de programação e 14 atrações, a produção do evento apresentou o último resultado do processo iniciado este ano após ser contemplado pela Lei Aldir Blanc. Trata-se do EP De Dudu para Dudu, que reúne gravação de composições inéditas de quatro artistas e grupos negros do Espírito Santo e está disponível nas redes como Spotify e YouTube.

Bunu Chico, Theus Ayo, Gessé Paixão (Ogó) e Branú, artistas que gravaram suas músicas no EP. Foto: Festival Pretativa

O grupo selecionado traz jovens bastante novos no mundo musical como Branú, de 19 anos, que estreia com sua primeira gravação, Margem, e Theus Ayo, 22 anos, que traz em Quero o que é meu, em que apresenta sua música inspirada nas mistura de samba, rock, bossa nova, MPB e outros ritmos.

Também participam outros artista com um pouco mais de tempo de estrada, que são Brunu Chico, multi-instrumentista que já participou de bandas como Lion Jump, e traz a composição O cativo e o nativo, e Ogó, duo inspirado no afrofuturismo que já tocava em eventos da cena cultural capixaba mas gravou pela primeira vez uma canção, Manga, que compõe o EP, gravado no Studio 3, contando com produção musical de Marcelo Shimu.

“Eles trocaram muito entre si, se ajudaram. Um participou da faixa do outro tocando instrumentos ou fazendo backing vocal. Foi uma troca bonita, porque além de gravarem, rolou uma construção de afeto e amizade. Agora o desafio é distribuir e fazer as músicas circularem e eles estão criando estratégias entre eles para divulgar melhor esse som. O trabalho não para quando se lança a música, na verdade ele apenas começa, pois não se pode deixar o som ser esquecido”, comenda Letícia Chaves, uma das idealizadoras do Festival Pretativa.

A primeira edição do evento aconteceu em agosto de 2019 no Centro de Vitória, quando ela e Giovanna de Oliveira realizaram o festival reunindo atrações musicais e também outras atrações como venda de artesanato e brechó. A proposta surgiu depois que Letícia tocou em um evento num espaço em que todo público era branco, percebendo a necessidade de lançar um festival que pudesse fomentar tanto os artistas negros quanto a participação de um público mais diverso. Posteriormente, o projeto ganhou apoio de Ana Paula Maddi, que ajudou a estimulá-lo a se inscrever em editais para potencializar sua estrutura. As três são musicistas, mas acabaram focando na produção cultural durante o festival, para gerar oportunidades a outros artistas.

Imagem da edição online do Festival Pretativa com o apresentador Winny Rocha e a equipe de produção. Foto: Festival Pretativa

“A gente sabe o quanto é caro gravar músicas, mesmo de forma independente”, aponta Letícia Chaves. “É delicado trabalhar com os sonhos das pessoas. Mas é muito legal ajudar a gerar música com quem realmente precisa de apoio e está correndo atrás. Foi incrível”, analisa a cantora e compositora.

Além da gravação, ela destaca que o Festival Prestativa possibilitou a interação entre músicos ou projetos estreantes com outros já consagrados, como Melanina MCs e Fabriccio.

Apesar da situação complicada da pandemia, o plano é fazer mais festivais no futuro, com foco na participação de artista negros e periféricos.


Ogó: música, afrofuturismo e masculinidades negras

“É um experimento de música instrumental e poesia falada, imaginada, cantada e encantada”, diz a descrição do


https://www.seculodiario.com.br/cultura/ogo-musica-afrofuturismo-e-masculinidades-negras

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