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Aplicativo mapeia locais de atos de violência contra mulheres

Idealizado por Geisa Silva (foto), o app “Não me calo” registra mais de 400 relatos femininos de insegurança em ruas de Vitória

Foi lançado nessa segunda-feira (19) o aplicativo “Não me calo”, que registra por meio de mapeamento locais em que mulheres sofreram algum tipo de violência ou sentem-se inseguras para transitar em Vitória. O cadastro parte de mais de 400 relatos reunidos em um projeto anterior, o “Mapa da Violência contra a Mulher”, coordenado pela artista e professora Geisa Silva, que também já promoveu intervenções urbanas nestes locais. O aplicativo pode ser baixado aqui.

Ao clicar nos pontos marcados, as mulheres podem saber quais locais são considerados inseguros e quais foram os registros de casos de violência ou ameaça relatados pelas próprias vítimas. O aplicativo também avisa quando as pessoas se aproximam de algum desses lugares da cidade. “Os projetos contribuíram para dar visibilidade a essa questão e discuti-la. A relação das mulheres com a cidade é diferente, a forma nos relacionamentos com os espaços públicos é diferente”, indica Geisa.

Para ela, além de alertar as mulheres sobre os locais de maior perigo, a intenção também é dar visibilidade ao tema e pensar soluções conjuntas para os problemas, permitindo em breve que elas também se comuniquem entre si e apontem novos locais nos quais se registrem violência para serem adicionados pela equipe do projeto ao mapa.

Mas como no projeto anterior, as intervenções não ficaram apenas registradas em forma de mapa. Nos locais cadastrados serão colados avisos com a logo do aplicativo e um QR Code que permite acessar o relato deixado de forma anônima. “A ideia do aplicativo veio para facilitar o cadastro desses dados e para que eles não se percam, porque a intervenção urbana é efêmera, mas a partir dos dados do aplicativo, continuarão sendo registradas”, afirma Geisa, que iniciou os primeiros projetos de intervenções no Paraná, sua terra natal, em 2014 e 2015, alertando sobre o assédio. Em 2017, junto a seus alunos, realizou intervenções em Nova Esperança, bairro de Cariacica

Nas ações mais recentes, feitas em 2019, o projeto reuniu depoimentos de mulheres em Jardim da Penha e no Centro de Vitória e colou impressões dessas falas exatamente nos locais onde aconteceram os casos de violência.

O projeto resultou também numa performance em vídeo chamada “Em números”, na qual Geisa Silva escreve números em seu próprio corpo com a intenção de mostrar o elevado número de casos de violências contra as mulheres, destacando que por trás dos números existem corpos, pessoas e histórias. A cada corte no vídeo, no tempo de 7 segundos, uma mulher sofre violência no Brasil.

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