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​Agressões machistas a vereadoras de Vitória chegam ao Ministério Público

Camila Valadão e Karla Coser são alvos de frequentes agressões verbais no plenário da Câmara

Os casos de violência política de gênero, de cunho machista, ocorridos recentemente na Câmara de Vitória, foram abordados no debate “Violência contra a mulher”, realizado na manhã desta quinta-feira (22) entre as vereadoras Camila Valadão (Psol) e Karla Coser (PT) com a promotora de Justiça Sueli Lima e Silva, responsável pela área de Defesa da Mulher do Ministério Público do Espírito Santo (MPES). As duas são alvos de frequentes agressões verbais em plenário, principalmente por parte do vereador Gilvan da Federal (Patri).

A reunião, que aconteceu de forma remota, foi articulada por Camila e Karla como parte das ações articuladas em resposta aos ataques machistas que ambas têm sofrido por parte do vereador.

“No encontro, falamos ainda sobre a violência política de gênero pedindo ao MP para acompanhar essa situação em nossa cidade”, disse Camila Valadão, que preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

Karla Coser, presidente da Comissão da Mulher, destacou a importância de mulheres ocuparem postos de decisão “Temos uma procuradora-geral, a Drª Luciana [Andrade], e a vice-governadora [Jaqueline Moraes, PSB] com a pauta de mais mulheres na política, o que é fundamental para que cada vez mais outras mulheres queiram e possam participar de espaços políticos. Mas, para isso, situações de violências políticas de gênero precisam ser coibidas de prontidão, para que meninas e mulheres não se sintam desencorajadas e ocuparem esses locais, que também são nossos”.


As vereadoras irão apresentar formalmente ao Ministério Público suas demandas e impressões do que entendem como prejudicial à atuação no legislativo. Eles vão participar, também, de ações e campanhas educativas de todos os tipos de não violências contra as mulheres, especialmente por meio do Núcleo de Enfrentamento às Violências de Gênero em Defesa dos Direitos das Mulheres (Nevid).

Um dos mais recentes casos de agressão ocorreu na semana passada. Gilvan da Federal chegou ao ponto de tentar cassar a palavra de Camila Valadão, afirmando “você não tem moral para falar”, o que se repetiu em relação a Karla. O caso repercutiu no Estado, com notas públicas e manifestações de apoio nas redes sociais.

Karla e Camila, as duas únicas mulheres eleitas em Vitória, vêm sofrendo desde o início de seus mandatos ofensas e tentativas de silenciamento durante a atuação no plenário. “A violência política contra as mulheres é histórica, mas vem ganhando contornos muito específicos nos últimos anos, principalmente na cidade de Vitória, em que eu e Karla temos sido vítimas sistematicamente de práticas que podem ser caracterizadas como violência política de gênero”, enfatizou Camila.

O problema também foi debatido em reunião entre as vereadoras e o presidente da Câmara, Davi Esmael (PSD), e o líder do Governo, Delegado Piquet (Republicanos). Segundo Davi, haverá alteração no Regimento Interno, relacionada à quebra de decoro.

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