Thedorico Ferraço, a cada sessão da Assembleia Legislativa, sobe mais um tom contra o governo do Estado
Os novos movimentos do presidente da Assembleia, Erick Musso (Republicanos), junto a setores do empresariado insatisfeitos com as medidas de restrições do governo Renato Casagrande, não são as únicas mudanças recentes registradas na área do legislativo. O tom em plenário de alguns deputados também subiu, com críticas constantes que agora ultrapassam o bloco bolsonarista formado por Capitão Assumção (Patri), Torino Marques (PSL) e Carlos Von (Avante), que já há algum tempo vinham fazendo discursos semelhantes no campo de oposição. A cada sessão ordinária, Theodorico Ferraço (DEM), que pelo contrário adotava postura moderada e por vezes apaziguadora no decorrer da pandemia da Covid-19, aumenta um grau no volume de seus posicionamentos. Resolveu entrar, recentemente, no caso do pen drive, falado à exaustão pelos mesmos atores, referente à licitação do Departamento de Trânsito do Estado (Detran) em investigação, e já em repetidas ocasiões disparou contra a gestão da pandemia, como nesta segunda-feira (26), ao puxar para o Estado termos como “genocídio” e “política descarada e barata”, referindo-se à situação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), óbitos e falta de compra de vacinas. “É preciso parar com essa ‘palhaçada’ de tudo culpar o governo federal”, enfatizou, com mais embate: “está pensando que deputado é trouxa?”. A fala de Theodorico, que pediu a convocação do secretário de Saúde, Nésio Fernandes, repercutiu com o presidente da Comissão de Saúde, Dr. Hércules (MDB). Ele se dispôs a enviar um requerimento com os questionamentos, mas já direcionou a cobrança ao líder do Governo, Dary Pagung (PSB), ao vice-líder, Marcos Garcia (PV), e aos deputados da base: “tem que ter resposta”, reforçou. As recentes mexidas nas peças do tabuleiro político não deixam dúvidas de que a previsão é de mais focos de incêndio para apagar na Assembleia. Falta ainda escalar o bombeiro.
No ringue II
Outra medida puxada por Theodorico nessa segunda foi a aprovação, na Comissão de Segurança, da realização de uma audiência pública no próximo dia 10, com o secretário Alexandre Ramalho. Motivo: a situação nos morros de Vitória, que têm registrado tiroteios e guerras de facção.
‘Novo tempo’
Aliás, na mesma semana em que expôs articulações em áreas sensíveis ao governador, Erick Musso apareceu cheio de frases de efeito em suas redes sociais. “Um novo homem, para um novo tempo” é uma delas, estampada com foto pessoal.
Sinais
O presidente da Assembleia, depois do acirramento político com Casagrande, foi reeleito ao cargo em fevereiro passado após fechar aliança com ele e, até então, atuava alinhadíssimo em plenário. Na última semana, porém, dois movimentos chamaram a atenção: Erick não colocou em votação o projeto do governo de crédito financeiro aos professores para compra de computadores e pacote de internet, alegando “que os deputados podem melhorá-lo”, e passou a criticar as medidas de restrições.
Uma vez líder…
Por falar em incêndio, o deputado Freitas (PSB), que foi líder do governo na legislatura passada, não desapega da função. Depois que retornou à cadeira este ano como suplente, mantém a mesma postura, atuando em alguns casos até mais que Dary Pagung, com sucessivos discursos em defesa da gestão Casagrande.
Campanha
O presidente da Câmara de Vitória, Davi Esmael (PSD), está em plena campanha pela reabertura das escolas, mesmo em cidades em risco alto e extremo para a Covid-19. Ele já puxou reuniões, participou de protestos, e comemorou a decisão de primeira instância que autorizava o retorno, logo derrubada pelo Tribunal de Justiça (TJES). Davi também negou, desde a última quarentena, passar as sessões para o modo virtual, como tem feito a Assembleia.
Não larga
O mandato acabou, mas o ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), definitivamente, não sai dele. Continua gravando vídeo de obra para publicar em suas redes sociais. Há poucos dias fez isso em relação ao Parque Caminho do Mar, em Bicanga, exaltando ser iniciativa de sua gestão, mas não entregue em tempo.
Não larga II
Audifax, é bom lembrar, se movimenta com bastante antecedência para 2022. Nessa de ir marcando espaço nas redes, mantém ativa também sua disputa eterna com o atual prefeito, Sérgio Vidigal (PDT), que derrotou seu candidato à sucessão, o ex-vereador Fábio Duarte (Rede).
Decisão
Assunto que sempre vem à tona, inclusive na última campanha em Vitória, a ação que tramitava na 5º Vara Federal Cível contra João Coser (PT), por suposta irregularidade na desapropriação de imóvel na Ilha do Príncipe para implantação de uma escola de tempo integral, teve decisão favorável ao ex-prefeito, divulgada por ele nas redes sociais.
Decisão II
Coser, como se sabe, disputou o segundo turno contra Lorenzo Pazolini (Republicanos), atual “comandante” da Capital. Agora, ele já se prepara para 2022, quando pretender ser deputado estadual. Mudanças, como dito aqui semana passada, só por interferência do ex-presidente Lula.
Nas redes
“Somente está faltando doses da Coronavac no Espírito Santo e a culpa é dos gestores municipais? Não. Está faltando em todo Brasil. Os gestores municipais capixabas estão executando a vacinação com grande desempenho e celeridade, faltam vacinas para completar o esquema”. Nésio Fernandes, secretário estadual de Saúde.
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