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Maioria dos municípios pode alcançar risco baixo e médio nas próximas semanas

Momento é de manter os cuidados de prevenção para que uma possível quarta onda seja menos violenta

Marcelo Camargo/ABr

Uma possível quarta expansão da pandemia no Espírito Santo deve ter um comportamento distinto das demais no que diz respeito ao público que mais precisará de internação hospitalar. Se nas três primeiras as expressões mais críticas da doença se deram nas pessoas com mais de 60 anos e com comorbidades, a imunização de ambas, prevista para o mês de maio, com desenvolvimento da imunidade completa até julho, tende a concentrar nos públicos mais jovens os quadros mais graves da doença.

“Não está fora da nossa análise o risco de que a gente possa ter uma quarta expansão da pandemia, em especial os estados reconhecendo que de fato o nosso Estado não teve uma transmissão de variantes que atingiram em sua predominância pessoas jovens e adultas. Apesar do aumento das infecções e casos críticos de jovens aqui, esse perfil não alcançou a proporção observada em estados como Santa Catarina, Paraná, Amazonas e São Paulo”, explanou o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, nesta sexta-feira (30) juntamente com o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.


O risco de uma quarta onda diferenciada, destacou o gestor da Sesa, faz com que devam ser respeitadas todas as medidas de prevenção da transmissão do novo coronavírus (SARS-CoV-2): distanciamento social, uso de máscaras com alto poder filtrante, higienização das mãos, não aglomeração, e a testagem ampla por antígenos nas unidades de atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios.

A ênfase na necessidade de continuar com o cumprimento dos protocolos se deve ao novo momento que o Estado começa a viver, de recuperação da terceira expansão da pandemia, como mostram as expectativas para os principais indicadores, o que pode levar a população a acreditar que deve relaxar em relação a eles. “Ainda não é o momento para que as pessoas estabeleçam atividades sociais amplas e reduzam a disciplina nas medidas que reduzem o risco de transmissão da doença”, enfatizou.

A responsabilidade pessoal de cada cidadão com essas atitudes, reforçou o subsecretário Reblin, pode evitar o que o Estado atravessou nas ondas anteriores. “Adotamos naqueles momentos comportamentos de aglomeração, fazendo com que muita gente se contaminasse, e o Espírito Santo viveu uma quantidade de casos muito significativa. Então para essa etapa que estamos vivendo, a sociedade inteira precisa se responsabilizar e continuar adotando as medidas de cuidado. Só saia de casa se for necessário, use máscara, mantenha distância”, pediu.

O pior já passou
O mês de maio, informa Nésio, poderá caracterizar um momento em que a maioria dos municípios capixabas seja classificada no risco baixo e moderado, com poucos municípios no risco alto. “Isso pode provocar uma retomada muito ampla das atividades econômicas, como previsto na Matriz de Risco, o que leva a reforçar a adesão, de todos, aos protocolos e medidas de distanciamento que reduzem o risco de transmissão”.
De fato, expõe, esta última semana do mês de abril consolida a fase de recuperação da curva de casos, de novas internações, de ocupação hospitalar e de óbitos pela Covid-19. Até o final da próxima semana, antecipa Nésio Fernandes, a taxa de ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) deve ficar inferior a 80%, após tantas semanas acima de 90%.

“O Espírito Santo conseguiu resistir sem o colapso pleno da sua rede assistencial”, afirmou, destacando a importância da quarentena de 18 dias decretada em março pelo governo do Estado. “A queda da taxa de transmissão será confirmada nos próximos dias e é resultado, sem dúvida, da redução radical das interações sociais definidas nas medidas qualificadas na quarentena. Conseguimos preservar vidas, o sistema de saúde e a economia”, sublinhou.

“Acreditamos que o Espírito Santo conseguiu passar pelo pior momento da pandemia e, ao mesmo tempo que vivemos a terceira expansão da doença, conseguimos ter um desempenho extraordinário na velocidade da vacinação, pontuando o Estado com a posição consolidada como terceiro do país com a maior proporção da população imunizada e com excelente desempenho em relação às doses recebidas, aplicadas e registradas no sistema nacional”, ressaltou o secretário.

Legado para o SUS
A despeito da expectativa de bons indicadores pandêmicos, o governo do Estado manterá a política de ampliação de leitos de UTI e enfermaria já desenhada para a rede estatal. “Acabamos de receber 230 ventiladores, 96 monitores multiparamétricos, temos um legado que será deixado na rede pública do SUS do nosso Estado, que ficará para o pós-pandemia, que será utilizado nos períodos de queda de casos, nos períodos intersticiais entre uma expansão e outra, para ampliar a capacidade de atendimento de outras condições de saúde”, declarou Nésio Fernandes.

No mês de maio, voltou a afirmar, será retomada “de maneira muito robusta” as cirurgias eletivas e toda a atividade do sistema hospitalar ligado à rede pública, tanto na rede estatal quanto filantrópica, e na rede gerida por organizações sociais. “As compras de medicamentos e dos kits intubação estão sendo estabilizadas, em especial pelo início, nos próximos dias, da chegada também das compras internacionais”, informou.

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