Secretário de Saúde, Nésio Fernandes, conclama coesão social para um segundo semestre com menos luto
A polarização e politização da pandemia de Covid-19 causaram muitas mortes no Brasil, mas ainda é possível retomar a coesão social para reduzir o número de famílias enlutadas no segundo semestre deste ano. A análise foi feita pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, nesta sexta-feira (30), ao lado do subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.
“Entendemos que o Brasil, no seu conjunto, falhou no enfrentamento da pandemia. Nós tivemos, ao longo deste um ano, falhas graves na condução nacional. Ficou sob responsabilidade dos prefeitos e governadores a condução das principais decisões que poderiam determinar o desfecho da pandemia, no entanto, essa responsabilidade não foi acompanhada do poder necessário para definir medidas econômicas que pudessem sustentar, por exemplo, a adoção de medidas restritivas por longos períodos de tempo”, declarou Nésio Fernandes.
O secretário ressaltou que “governadores e prefeitos foram combatidos ao longo deste um ano de pandemia nas suas decisões por importantes lideranças nacionais e grupos políticos do país” e que “esse alto grau de polarização e politização da pandemia sem dúvida alguma prejudicou a coesão do povo brasileiro e das instituições na adoção das medidas que realmente poderiam ter evitado uma grande quantidade de mortes”.
A situação remete aos embates protagonizados pelo presidente Jair Bolsonaro contra as medidas de restrições adotadas nos estados e municípios, com sucessivas convocações à desobediência civil pela população, e à negação a um lockdown nacional. Outros acirramentos decorreram dos repasses federais enviados aos estados durante a pandemia, contestado por governadores, considerando os valores superestimados anunciados pelo governo federal.