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‘Agressões têm recorte de idade, gênero e raça’

Karla Coser debateu com a Nacional do PT “medidas judiciais e políticas de enfrentamento a ataques registrados na Câmara”

A vereadora de Vitória, Karla Coser (PT), debateu com a Nacional do partido “medidas judiciais e políticas de enfrentamento aos ataques e perseguições aos vereadores da sigla em todo o Brasil”. Alvo de agressões verbais no plenário do legislativo da Capital, ela ressalta que essas ações não acontecem somente na Câmara da Capital, sendo “orquestradas nacionalmente, com recorte de idade, gênero e raça”.

A reunião foi realizada na sexta-feira (30), pela Secretaria Nacional de Articulação do PT, que fará acompanhamento aos mandatos juntamente com as secretarias de Mulheres, LGBT, Igualdade Racial e Juventude. A escolha das secretarias é porque, como relata a vereadora, as principais pessoas agredidas são mulheres, negros, jovens e integrantes da comunidade LGBTQ+.

Karla Coser, que tem sofrido ataques constantes por parte do vereador Gilvan da Federal (Patriota), se encaixa no perfil por ser mulher e jovem. Ligado ao bolsonarismo, ele cotidianamente grita com a petista e a vereadora Camila Valadão (Psol), inclusive, tentando impedir o direito de fala de ambas, ao interrompê-las em tom agressivo. Camila já representou contra Gilvan na Corregedoria-Geral da Câmara, após o episódio mais recente em que ele disse para as duas vereadoras que “elas não têm moral”. O caso também foi debatido no Ministério Público Estadual (MPES).
Além do acompanhamento da assessoria jurídica e das secretarias da Nacional do PT, Karla informa que foi deliberada a elaboração de relatórios sobre as agressões para esclarecer o que há de comum nas violências cometidas em todo o Brasil e, com base nisso, definir ações.

Apesar das agressões, a petista exalta o apoio da sociedade civil, uma vez que muitas pessoas a têm procurado para demonstrar insatisfação com o que vem acontecendo na Câmara, inclusive eleitores bolsonaristas, que classificam os ataques como “falta de respeito e de educação”.

A vereadora afirma que, assim como em Vitória, em outras cidades há tentativas de “criminalizar o partido e os mandatos”, porém, existem também casos de ameaça de morte; agressão física, como aconteceu em Curitiba, no Paraná; e tentativa e cassação, como em Ribeirão Preto, São Paulo.

A presidente estadual do PT, Jackeline Rocha, também aponta “agressões orquestradas”. Ela diz que o partido conta hoje com 561 vereadoras em todo o Brasil, sendo 267 negras e 50 jovens. Ao todo, relata, são 27 prefeitas, sendo 10 negras. O PT tem também 51 vice-prefeitas. Desse total, são 22 negras, três indígenas e 21 da comunidade LGBTQ+. “Quanto mais identitário o mandato, mais atacado”, ressalta.

Segundo Jackeline, a sigla vai criar uma rede de proteção e apoio para os mandatos, inclusive, buscando conhecer o regimento interno de cada Câmara para entender o funcionamento e tomar atitudes, já que alguns são mais rígidos.


Partido x gênero x voto

Sucessivos desrespeitos às vereadoras Camila Valadão e Karla Coser: o que, afinal, incomoda tanto?


https://www.seculodiario.com.br/socioeconomicas/partido-x-genero-x-voto

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