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‘Esperamos que a Assembleia se sensibilize com a situação da enfermagem e da saúde’

Reunião com a presidente do Coren-ES irá debater sobrecarga de trabalho e problemas agravados com a pandemia

Será realizada, nesta terça-feira (11), às 9h, uma reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa para debater a situação dos trabalhadores da enfermagem durante a pandemia da Covid-19. A presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren/ES), Andressa Barcellos de Oliveira, que representará a categoria, afirma que a situação já era precária antes da crise sanitária, tornando-se ainda pior. “Esperamos que a Assembleia se sensibilize com a situação da enfermagem e da saúde”, ressalta. 

A sobrecarga de trabalho é um dos problemas que existiam antes da pandemia e que se agravaram. “Sempre trabalhamos com um contingente abaixo do necessário. Agora, a situação piorou, porque nossa demanda de trabalho se elevou muito e vários profissionais adoeceram, tendo que se ausentar”, diz.

Outro problema, destaca, é a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como álcool em gel e máscara Peça Facial Filtrante Tipo 2 (PFF2), que é a recomendada na atual fase da crise sanitária.

Muitas das máscaras distribuídas pelo Estado e pelos municípios, afirma Andressa, são a KN95. Em abril de 2020, cerca de 40 milhões de unidades dela foram adquiridas pelo Ministério da Saúde pelo valor de R$ 345 milhões. A KN95 consta entre as máscaras apontadas como ineficientes na Resolução nº 1.480, do Governo Federal. A ausência de equipamentos eficazes, afirma Andressa, já foi denunciada ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e comunicada à Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), mas sem resolução.

Reunião com senadores
Na tarde desta segunda-feira (10), Conselhos Regionais de Enfermagem de todo o Brasil participaram de uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG), para debater a necessidade de levar à votação o Projeto de Lei 2564/2020, que institui o piso nacional dos salários dos enfermeiros, técnicos, auxiliares e parteiras. Andressa, que representou o Coren/ES, afirma que a fala do parlamentar foi no sentido de reconhecer o valor do trabalho da enfermagem, mas isso não é garantia de que votarão a favor.
Sua afirmação se baseia no fato de que há uma pressão muito grande das entidades empresariais da saúde e de gestões públicas. “Querem que a gente trabalhe pelo valor e com a jornada que a gente já tem. Na lógica do nosso país, que é de não compartilhar o lucro, querem crescer cada vez mais por meio da exploração do trabalhador e às custas da doença”, denuncia.
Também participaram da reunião o senador Fabiano Contarato (Rede), autor do projeto, e a senadora Zenaide Maia (Pros/RN), que é a relatora. “Infelizmente, o governo federal não enviou um representante para participar do diálogo. Saímos com o compromisso de continuar nessa luta para que o projeto seja colocado em votação. O presidente do Senado se comprometeu a estabelecer uma articulação com o presidente da República e com o presidente da Câmara dos Deputados [Arthur Lira, PP-AL] para estarmos todos alinhados nessa defesa. Vamos seguir defendendo essa dignidade salarial que a Enfermagem tanto merece e precisa”, disse Contarato.
A proposta do senador contempla a criação de um piso salarial nacional de R$ 7,3 mil mensais para enfermeiros, de R$ 5,1 mil para técnicos de enfermagem, e de R$ 3,6 mil para auxiliares de enfermagem e parteiras. O valor estabelecido pelo projeto, no caso dos enfermeiros, é para jornada de 30 horas semanais. Em caso de jornadas superiores, o piso salarial nacional terá a correspondência proporcional.

Os senadores capixabas Marcos do Val (Podemos) e Rose de Freitas (MDB) já se posicionaram favoráveis ao projeto.


Piso nacional da enfermagem já tem apoio da maioria dos senadores

Autor da proposta, Fabiano Contarato comemorou adesão de mais de 50 dos 81 parlamentares e cobra rapidez na votação 


https://www.seculodiario.com.br/politica/mais-de-50-dos-81-senadores-sao-favoraveis-ao-piso-salarial-da-enfermagem

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