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‘Variantes P1 e P2 e inglesa podem ameaçar a estabilidade no ES’, alerta Sesa

Mesmo ainda não identificada no Estado, variante indiana também preocupa. P1 já tem transmissão comunitária

O crescimento da presença de novas variantes do novo coronavírus (SARS-CoV-2) pode comprometer a estabilidade alcançada pelo Espírito Santo nos indicadores da pandemia.

Para o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, as variantes mais preocupantes são a P1, cuja transmissão comunitária no Estado já foi identificada pelo Laboratório Central (Lacen), a P2 e a variante inglesa, também já identificadas entre pacientes e capixabas, que “povoam o rol de variantes que hoje ameaçam toda a estabilidade conseguida no Espírito Santo para o controle da pandemia”. Também no radar da Sesa a variante indiana, visto que “já circula com força em vinte países”.


As quatro variantes, assinalou o gestor, podem, de fato, “favorecer o surgimento de uma nova onda no Estado”, principalmente devido à “predileção já verificada por perfis não idosos da população”, sendo mais presentes entre a população adulta com idade inferior a 60 anos.
Além das mutações do vírus, outros dois aspectos interferem na projeção de cenários possíveis: o desrespeito aos protocolos de prevenção à contaminação e a sazonalidade de maior transmissão de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs), que têm maior incidência entre as semanas epidemiológicas (SE) 8 (de 21 a 27 de fevereiro) e 25 (20 a 26 de junho).
“Havendo o rejuvenescimento das internações pela pandemia, nós podemos ter um cenário crítico semelhante ao vivido em outros estados onde predominaram internações de jovens e adultos”, alertou, ressaltando que “não estamos levando em consideração a população com menos de 30 anos”, pois, “mesmo onde a P1 circulou, houve predomínio da população com mais de 30 anos nas internações hospitalares e um aumento significativo da infecção na população de vinte a trinta anos”.

Padrão de hospitalização
Afora a possibilidade de maior contaminação da população mais jovem, em decorrência da maior incidência das variantes, um aspecto que é considerado pela Sesa na avaliação de cenários possíveis da pandemia no Espírito Santo considera o padrão de hospitalização.
Segundo Nésio Fernandes, “menores de 18 anos representam 0,18% das internações hospitalares”, sendo que “96% das internações ocorrem em pessoas com mais de 30 anos”. Como “existe uma expectativa real e concreta de que o Brasil possa alcançar a cobertura da população com mais de 30 anos até o final do ano”, contextualizou o secretário, “à medida que a gente consegue avançar com a cobertura da imunização, é possível que ao longo de 2021 ocorra um controle dos óbitos e internações hospitalares”.
Turismo
Outro cenário possível para os próximos 90 dias se desenha a partir de “pequenas oscilações em microrregiões, em decorrência de características locais”, como ampliação da testagem em determinados municípios, a influência do transporte coletivo e as interações promovidas pelo turismo.
Nesse sentido, Nésio Fernandes enfatizou “a necessidade de que toda a região de montanhas do nosso Estado, que foi a que primeiro apresentou crescimento da curva de casos e óbitos na última expansão, se dedique a todas as interações do turismo nessa época do ano e aos ciclos rodoviários que cruzam o Estado”.
As aglomerações de fim de ano e a terceira onda
O secretário voltou a salientar que “a terceira onda vivida no ES foi consequência principal da sucessão de interações sociais que se estabeleceram no Estado a partir da sequência temporal das festas natalinas, de Ano Novo, de verão, das festas de carnaval e da ampla interação pelo turismo”.
Por isso, independentemente da interferência das novas variantes, é preciso, em qualquer cenário, seguir as normas reconhecidamente eficazes de prevenção da infecção, que são o distanciamento social, a não-aglomeração, o uso correto de máscaras faciais e a higienização das mãos.
Novos medicamentos
Já em relação ao tratamento dos contaminados para “o devido controle da pandemia, são necessárias medidas que possam avançar no controle dos óbitos, internações e casos”. Sobre os óbitos, informou, “são devidamente controlados à medida que novos medicamentos são incorporados”, havendo uma nova safra de medicamentos com esse fim sendo avaliada no Estado, cujo protocolo de utilização deve ser implementado em junho, especialmente no Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves, a maior referência em Covid-19 no Estado.
As internações precoces, complementou, também atuam fortemente na redução dos óbitos. E para que isso aconteça, é preciso “ampliar o monitoramento domiciliar e o papel da atenção primária em saúde”, para os quais o Estado estabelece metas a serem cumpridas. 

E o controle de casos se dá pela “radicalização do uso das máscaras, aperfeiçoamento dos protocolos sanitários e testagem em massa”.
Massificação da testagem

Essa massificação, informou, está em vias de ser implementada por meio dos testes de antígenos. “Queremos consolidar a testagem em 70% de todas as unidades básicas de saúde do Espírito Santo utilizando teste de antígeno no momento da consulta do paciente sintomático”, anunciou. E, em junho, a Sesa pretende “avançar na testagem em serviços onde ocorra transporte coletivo”.
Samu
A expansão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) continua, informou o secretário, e deve atingir 100% de cobertura no Estado entre maio e junho. Período em que se mantém também a estratégia de ampliação da rede hospitalar.

Vigilância genômica
Ainda neste primeiro semestre, outra medida de apoio é a vigilância genômica, já que a previsão é de que, até junho, o Estado tenha adquirido todos os equipamentos para que o Lacen inicie as pesquisas, com tecnologia própria.
“Mais do que nunca, os diversos cenários possíveis são todos determinados pela possibilidade de circulação de novas variantes, e quanto mais precocemente elas foram identificadas, mais rapidamente os gestores poderão atuar em seu controle”, enfatizou.

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