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Moradores pedem instalação de câmera para flagrar crimes na Lagoa Encantada

Nesta semana, descarte de isopor ocorreu na primeira lagoa do complexo, usada para pesca e banho pela comunidade

Reprodução/Instagram

Desta vez foi isopor. E na Lagoa do Barco ou da Ilha, a primeira do belo Complexo da Lagoa Encantada, na região de Vale Encantado, em Vila Velha, muito usada pela população local para atividades de lazer, como pesca e também banho.

O descarte de grande quantidade de isopor, jogado às margens da lagoa, já dentro mesmo de suas águas, foi registrado por moradores nesta semana e motivou uma ação comunitária de retirada do material.

“Vamos fazer o pedido de instalação de uma câmera para monitorar a entrada de pessoas e carros na região. A prefeitura tem como multar vendo a placa dos caminhões”, declara o fotógrafo de natureza Wilerman da Silva Lucio, morador e membro do Fórum de Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental do Grande Vale Encantado (Fórum Desea).

“Já fizemos denúncias no Conselho Municipal de Meio Ambiente. Não é só um ponto do Vale, são vários. Havia alguns bota-fora que foram desativados, mas os descartes continuam de forma irregular”.

Os descartes de lixo, entulhos e outros contaminantes são frequentes em todo o complexo, conta o ambientalista. Especificamente na Lagoa do Barco ou da Ilha, eles aconteciam bem na entrada, formando até uma montanha de lixo. Há cerca de um ano, esses acúmulos foram aterrados e uma nova estrada foi aberta, fazendo com que os infratores avancem para o interior da área, levando os descartes para longe dos olhos da população do entorno.

“Tem um camarão ameaçado de extinção nessa lagoa. Já foi visto jacaré ali”, destaca o fotógrafo, lembrando que a biodiversidade local é muito rica, com várias espécies de aves e outros animais e plantas raros e ameaçados de extinção, e uma beleza que atrai caminhantes e observadores de pássaros, sendo um ativo ambiental que pode gerar renda para a comunidade por meio do turismo.

“Era a lagoa que as crianças tomavam banho antigamente. Tinha uma ilha no meio dela, muitas histórias. Hoje não usa mais tanto pra banho, mas ainda é uma área de lazer muito importante”, relata, num lamento sobre o avanço da degradação e poluição, que precisa ser revertido.

A lagoa do Barco e as demais que compõem o Complexo da Lagoa Encantada estão contempladas em duas propostas de criação de unidades de conservação municipais inseridas no Plano Diretor Municipal (PDM), após uma década de reivindicação permanente da comunidade do entorno.

A Prefeitura de Vila Velha reconhece o problema. Mesmo ainda não tendo tido conhecimento deste último descarte de isopor, afirma que a região é sim local de despejo irregular de lixo, entulho e outros materiais, já tendo emitido diversas notificações a infratores.


No início deste mês, o município anunciou que irá abrir consulta pública para decidir sobre as UCs, mas a data ainda não foi definida. Um estudo feito a pedido da prefeitura, dentro de um processo de compensação ambiental, indicou duas possibilidades: um único parque natural com 261,63 hectares, protegendo a lagoa e seus alagados circundantes, bem como o Morro do Carcará; ou um parque com 137,38 ha na lagoa e uma Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) ao redor do parque, com cerca de 125 hectares.

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