ES pode testar todos contatos diretos de pessoas positivas. Pandemia está estável, com oscilações microrregionais
“Nós podemos dar ao Brasil um grande exemplo na capacidade de testagem e rastreamento de contatos das pessoas sintomáticas positivas pela Covid-19”. A declaração foi dada pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (7) com o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin.
A grande quantidade de testes de antígenos e RT-PCR disponibilizada pela Sesa, assegurou, permite que todos os municípios capixabas façam “testes em todos os contatos diretos das pessoas positivas”.
Reblin ressaltou que a Sesa mantém a recomendação da estratégia de testar por antígenos ainda na primeira consulta das pessoas sintomáticas, feita na unidade básica de saúde. E que, a partir da identificação como positiva, seus familiares e colegas de trabalho deverão fazer a testagem.
Nesse sentido, os gestores reiteram o pedido à população, para que, diante de qualquer sintoma respiratório, suspeito de Covid, procure o serviço de saúde no município, faça a testagem e identifique todas as pessoas com quem teve contato sem proteção por mais de 15 minutos nos últimos dias.
A estratégia de testagem e investigação também é fundamental para monitorar as variantes em circulação no Estado. “Monitoramos pelo tempo previsto no protocolo, repetimos a testagem e não temos nenhum caso identificado aqui de estrangeiro positivo pra Covid dentro daquilo que nos preocupa em relação às variantes”, informou o subsecretário.
Estabilidade com oscilações microrregionais
O comportamento atual da pandemia mostra um “cenário de estabilidade com oscilações microrregionais”, ou seja: estabilidade na maior parte do território, com crescimento de casos em alguns municípios do interior do Estado que apresentam um “comportamento tardio” de grande expansão. São casos isolados, segundo a Sesa, “não alcançando o formato de uma nova grande onda no Espírito Santo”.
Exemplos dessas “oscilações microrregionais” foram os picos de aumento de internações na região norte, “mas que não chegou a impactar no comportamento de leitos de UTIs no nosso Estado”, bem como na região sul.
No entanto, ressalvou, “o número de pacientes suspeitos e confirmados com Covid-19 que diariamente dão entrada nos PAs [Pronto Atendimentos] e UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] na Grande Vitória permanece em tendência de queda e uma queda consolidada desde o final do mês de abril”.
Concentrando metade da população capixaba, a Grande Vitória permanece com uma consolidação da tendência de queda do número de casos e óbitos, havendo ainda um novo comportamento de queda nas internações hospitalares em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
No atual Mapa de Risco, a região metropolitana está predominantemente em risco moderado, com Viana em risco baixo, e apenas Vila Velha em risco alto. “Vila Velha sempre tem comportamento diferente dos demais municípios. Em alguns momentos Vila Velha apresentou comportamento antecipado do número de casos e óbitos em relação aos outros municípios da Grande Vitória, e nesse momento apresentou um quadro mais arrastado no número de casos ativos, o que determinou sua classificação no risco alto neste momento”, explicou Nésio.
Classe média no SUS
Sobre a ocupação de leitos hospitalares, o secretário afirmou que o Estado sustenta uma condição de mais de 400 leitos de UTI livres dedicados a atender pacientes atingidos pela Covid-19, já considerando leitos que foram desmobilizados para atender a pacientes com outras condições de saúde.
Ainda assim, “o Espírito Santo permanece com uma agenda de estruturação de diversos leitos que estavam previstos para inauguração em hospitais próprios”, tendo sido interrompida a ampliação da compra de leitos nas redes filantrópica e privada e mantida a estratégia de fortalecimento e ampliação da rede própria ligada ao Sistema Único de Saúde [SUS]”. Dessa maneira, argumentou, a estrutura de leitos já implantada deve ser suficiente para suportar uma possível futura nova expansão.
A expectativa do governo capixaba é “consolidar uma saúde pública capaz de garantir a universalidade, equidade e qualidade, que pode inclusive mobilizar parte da classe média a utilizar o Sistema Único de Saúde”, afirmou o secretário. “Nós acreditamos que o Sistema Único de Saúde deve ter qualidade naquilo que ele oferece, tanto nas medidas de atenção primária, secundária e também na atenção terciária”.