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‘Ibama e ICMBio fortes seguram a boiada. Fora, ministro da boiada!’

Servidores do Ibama e do Iema e ambientalistas fazem ato ‘Fora Salles e Bolsonaro’ na Semana do Meio Ambiente

Asibama/ES

“Ibama e ICMBio fortes seguram a boiada. Fora, ministro da boiada!”. Com o grito de luta estendido em faixas, servidores do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) e ambientalistas da Associação Intermunicipal Ambiental de Defesa do Rio Formate e seus Afluentes (Asiarfa) realizaram um ato ‘Fora Salles e Bolsonaro’ nessa terça-feira (8), Dia Internacional dos Oceanos, dando continuidade às manifestações nacionais da Semana Mundial do Meio Ambiente.

Concentrado em frente à sede do Ibama, o grupo caminhou até a Assembleia Legislativa e, embaixo de um outdoor também alusivo ao ato, distribuíram mudas de espécies nativas da Mata Atlântica e panfletos sobre o cultivo das mudas e sobre o repúdio ao presidente da República e ao ministro do Meio Ambiente, chamado pelos manifestantes de “Bozonero” e “Sinistro Salles”.


A carta de repúdio distribuída é assinada pela Asibama/ES, a Associação dos Servidores do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no Espírito Santo. Nela, os servidores lembram que os protestos ocorrem em todo o país, via Associação Nacional dos Servidores de Carreira de Especialista em Meio Ambiente e Pecma (Ascema Nacional) e, ironicamente, um dia depois da divulgação de que o mês de maio de 2021 foi o de maior índice de desmatamento dos últimos cinco anos (maior da série histórica) e da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Procuradoria da República se manifeste sobre o afastamento e a possível prisão do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
“Os servidores da área federal de meio ambiente vêm a público mostrar sua luta contra a boiada anunciada em abril do ano passado [quando Ricardo Salles afirmou, em reunião de ministros de Bolsonaro, que era preciso aproveitar o momento em que a imprensa estava voltada para a cobertura da pandemia, para ‘passar a boiada e mudar todo o regramento [de proteção ambiental]’ e o desmonte dos órgãos ambientais”, afirmam as entidades, destacando “a resistência ao desmonte, ao assédio moral, às mordaças impostas e às normas feitas para impedir os trabalhos como deveriam ser feitos”.

A mobilização nacional, afirma a carta, é por “condições de segurança e saúde nos locais de trabalho e contra a mordaça científica no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)”, “pela transparência e acessibilidade dos processos internos” e “contra a militarização dos órgãos ambientais e do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e contra a desestatização das unidades de conservação”.
As entidades ressaltam ainda apoio ao pedido de urgência pela instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Meio Ambiente no Congresso Nacional e contra a tramitação do PL 3729/2004, que desfigura o licenciamento ambiental no país. “Nosso manifesto ainda pede o retorno da participação social na gestão ambiental pública, o fortalecimento dessa gestão e ações que sejam efetivas contra o desmonte”, sublinham.
Reafirmando sua resistência, também afirmam que “vão estar aqui quando esse desgoverno passar, para reconstruir e recuperar o que puder ser recuperado, para novamente indicar para a sociedade o caminho do desenvolvimento sustentável de fato, não só no discurso”.

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