Ernani Pereira Pinto, do Suport-ES, disse que a “classe política está de costas para a questão”
No dia em que será realizada uma audiência pública para a privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), o Sindicato Unificado da Orla Portuária (Suport-ES) promove nesta terça-feira (6), a partir das 7 horas, em frente ao portão da empresa, manifestação contrária ao projeto, mantendo o mesmo posicionamento adotado desde que o processo foi anunciado, em 2019.
“Essa é mais uma iniciativa irresponsável do governo federal para fazer o Espírito Santo refém de estados vizinhos, provocando desemprego”, comenta Ernani Pereira Pinto, presidente do Suport-ES. Na convocação, os portuários destacam: “Vamos mostrar nossa indignação com faixas e cartazes contra esse plano do governo federal de entreguismo do patrimônio público ao capital privado”.
A audiência pública, na forma virtual, será realizada a partir das 9 horas, pelo Banco Nacional de de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com “objetivo de prestar informações ao público, bem como receber sugestões e contribuições ao referido processo de desestatização, cuja modalidade será a alienação da totalidade das ações de titularidade da União e de emissão da Codesa e, ato contínuo, a celebração de Contrato de Concessão entre a União e a Codesa para a exploração dos Portos Organizados de Vitória e Barra do Riacho”, convoca o banco. O evento é aberto a qualquer pessoa interessada, que poderá se manifestar por escrito ou oralmente, acessando este link.
O tema não vem despertando interesse de políticos “nos três níveis”, diz Ernani Pereira Pinto. Enquanto o governo do Estado, a Assembleia Legislativa e a bancada capixaba no Congresso Nacional permanecem em silêncio em relação ao processo de privatização dos portos de Vitória e de Barra do Riacho (Aracruz, região norte) e da Companhia Docas do Estado (Codesa), entidades representativas de empresários e trabalhadores do setor se mostram contrários e pedem debate em torno do assunto.
Em manifesto divulgado no último dia 30, o Fórum Permanente Portuário questiona a garantia de investimentos e o papel dos portos como “instrumento de desenvolvimento econômico e regional”. Entendem que, da forma como é conduzido pelo governo federal, o processo é prejudicial à economia do Estado, atingindo empresas de pequeno porte e trabalhadores.