Prestação de contas de Casagrande: em 2020, questionamentos se restringiram a Torino e Assumção. E agora?
Restrita a poucas perguntas mais incisivas no ano passado feitas pelos deputados de oposição, Torino Marques (PSL) e Capitão Assumção (Patri), a prestação de contas do governador Renato Casagrande desta terça-feira (6), na Assembleia Legislativa, não deve repetir o mesmo clima ameno. Com as movimentações políticas no campo nacional, com reflexo nos estados, a previsão é de ataque direto do bloco ligado ao bolsonarismo, como já vêm fazendo sistematicamente em plenário os mesmos Torino e Assumção e ainda Carlos Von (Avante). Também na linha de tiro ao governo, tem se posicionado o deputado Theodorico Ferraço (DEM). As questões envolvem não só a pandemia do coronavírus, que colocou Casagrande e Jair Bolsonaro em rota de colisão, mas também os palanques das eleições do próximo ano, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado, e a investigação sobre a compra de álcool em gel pelo governo do Estado, que rendeu tentativa de pedido de CPI também na Assembleia, porém sem êxito. Os olhos se voltam, ainda, para o presidente Erick Musso (Republicanos), que delimita território eleitoral para 2022, descolado do governo e em articulações com diferentes segmentos da sociedade civil. Com críticas públicas à gestão estadual, de quem se dizia aliado, Erick abriu movimentos também em plenário nos últimos meses, mas costuma utilizar estratégias menos declaradas. Outro cenário sinaliza para Sergio Majeski, que embora do PSB de Casagrande, também tem feito sucessivos questionamentos e cobranças ao governo. É o novo termômetro…a conferir!
Nomes
Dos nomes citados acima, quase todos assinaram o pedido de CPI que não saiu, relacionada ao álcool em gel: Torino, Assumção, Theodorico, Carlos Von e Majeski queriam abrir a investigação, junto com Danilo Bahiense (sem partido). Antes, tentaram convocar o secretário de Saúde, Nésio Fernandes, para explicações, mas foram derrotados em plenário. Tema deve ser exaltado nesta terça-feira.
Perguntas
Na última prestação, em dezembro de 2020, referente ao ano anterior, Assumção cobrou a recomposição inflacionária dos servidores, criticou a falta de diálogo e o Código de Ética dos militares, além de abordar a Covid.
Perguntas II
Já Torino questionou o motivo de emendas parlamentares ao Orçamento não terem sido pagas e outras remanejadas sem anuência do autor, além de falar da condução da gestão por “interesses pessoais” e “tratamento desigual dos parlamentares”.
Ex-bloco
Os demais integrantes do então bloco dos “independentes” não partiram para o embate. Um dos mais atuantes na época, o atual prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), não apareceu, enquanto Vandinho Leite (PSDB), Carlos Von (Avante) e Danilo Bahiense apresentaram demandas de seus redutos.
Ex-bloco II
De lá pra cá, Carlos Von se somou mais aos bolsonaristas e tem feito um discurso atrás do outro para desgastar o governador; Danilo Bahiense (sem partido) alterna, mas também é crítico; e Vandinho Leite se alinhou à gestão estadual.
Oposição ferrenha
No caso dos bolsonaristas, o grupo pavimenta a candidatura ao Palácio Anchieta do ex-deputado federal Carlos Manato (sem partido), que enfrentará novamente Casagrande, como palanque de oposição ferrenha.
Apoios
Já Erick Musso, como dito aqui outro dia, dá sinais de voos mais altos em 2022. Ele se reuniu, recentemente, com lideranças religiosas em Vitória, junto com Pazolini, o presidente da Câmara de Vereadores, Davi Esmael (PSD), e seu pai, Esmael Almeida (PSD), ex-deputado estadual. Pai e filho, como se sabe, há anos têm votos no filão eleitoral, os evangélicos.
Apoios II
Quem também entrou no circuito com Erick em encontro realizado em Vitória com lideranças de bairros, dentro desse mesmo projeto, foi o vereador Denninho Silva (Cidadania), o mais votado na Capital em 2020 e candidato à Assembleia no ano que vem.
‘Chegando a hora’
Na última sexta-feira (2), aliás, Erick mandou mais um recado nas redes sociais: “Tem hora que chega o limite. E, nesse momento, líderes, poderes constituídos e segmentos da sociedade civil precisam se manifestar e se posicionar, pois nosso foco tem que sempre estar voltado para o bem-estar do povo, o nosso foco é a sociedade. #EstaChegandoaHora #OESpodeMais”.
Nas redes
“Continuo na luta para que lactantes sejam incluídas no grupo prioritário da vacinação no ES! Viva o SUS! Seguirei intransigente em sua defesa! Viva a Ciência! Estarei sempre na luta em defesa dos investimentos na educação e na pesquisa! Fora Bolsonaro! Vamos para as ruas até o genocida cair!”. Camila Valadão, vereadora de Vitória pelo Psol, ao ser vacinada contra a Covid nesta segunda-feira.
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