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​Trabalhadores portuários vão às ruas contra a política de privatização

Manifestantes acreditam que todo o setor portuário será afetado com a desestatização

Divulgação

Desemprego, redução do mercado de trabalho para os avulsos, aumento de tarifas portuárias, fechamento de pequenas empresas importadoras e exportadoras, evasão de operadores portuários. Esses são alguns dos prejuízos decorrentes da desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), que foram mostrados nesta terça-feira (6) durante manifestação de trabalhadores da área portuária, em frente ao portão principal da empresa, na Vila Rubim, em Vitória.

O protesto, organizado pelo Sindicato da Orla Portuária (Suport-ES) e o Movimento Nacional em Defesa da Pessoa em Situação de Rua, foi realizado no mesmo dia da audiência pública para receber sugestões sobre a privatização da Codesa, de forma virtual, apesar da rejeição de propostas encaminhadas por entidades sindicais do setor desde 2019, quando o processo foi iniciado.

“A política portuária de governo como um todo vai ser afetada, mas o Estado ainda não percebeu o impacto que a privatização vai trazer para as comunidades, municípios e logística portuária”, afirma o presidente do Suport-ES, Ernani Pereira Pinto.

Com cartazes nas mãos, os trabalhadores defenderam empregos, a dignidade e a “sobrevivência daqueles que se dedicam há tantos anos a cuidar do porto público, mas agora estão sendo esquecidos com a venda da companhia docas”.

O processo de privatização dos portos de Vitória e Barra do Riacho, e da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), chegou à fase final no último dia 23, com a abertura da sala de informações para recebimento de propostas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O governo federal justifica a medida, anunciada em 2017, com o “objetivo de modernizar a gestão portuária, atrair investimentos e melhorar a operação do setor, estando aderente à política setorial e às diretrizes do governo federal de busca por investimentos em infraestrutura por meio de parcerias com o setor privado”.

O principal questionamento é a ausência de debate a fim de melhorar as atuais condições dos portos, mantendo, no entanto, o papel que o setor desempenha, historicamente, no desenvolvimento regional. Um dos problemas apontados é a transferência de cargas do Estado para o porto privado de Açu, no Rio de Janeiro

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