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Pouco barulho

No “cara a cara” com Casagrande, somente Carlos Von abordou pautas atuais recorrentes da oposição na Assembleia

Tati Beling/Ales

Temas recorrentes levantados pela oposição no plenário da Assembleia Legislativa, em alguns períodos dos últimos meses em todas as sessões, passaram longe da prestação de contas do governador Renato Casagrande nesta terça-feira (6). Do bloco, que é minoritário, apenas o deputado Carlos Von (Avante) manteve, no “cara a cara” com o governador Renato Casagrande, duas das bandeiras dos bolsonaristas que têm norteado os discursos: a investigação da compra de álcool em gel durante a pandemia do coronavírus, que rendeu operação da Polícia Federal contra a empresa fornecedora do produto, e a história do pen drive, que denunciou suposta corrupção em licitação do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Na Assembleia, houve até tentativa de se criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a compra do álcool, efetuada no início da pandemia, em março e abril de 2020. O pen drive, cuja ação foi rejeitada pelo Ministério Público do Estado (MPES), da mesma forma, ficou semanas sendo temas de tons exaltados dos parlamentares, o que incluiu, além de Von, principalmente Capitão Assumção (Patri) e Torino Marques (PSL). Na hora do vamos ver, porém, só Von encarou as pautas.

Repeteco
Outra questão levantada pelo deputado de Guarapari também é recorrente, mas não nova, tendo sido abordada, inclusive, na última prestação de contas. Trata-se de emendas não pagas pelo governo a integrantes do bloco que eles chamam de “independentes”. Foi a mesma e única abordagem de Torino Marques.

Corda esticada
As reações de Casagrande, no entanto, foram diferentes. Embora Von tivesse apresentado um arsenal de questões, o governador afirmou que “o secretário de Casa Civil, Davi Diniz, está aberto ao diálogo, que falta comunicação e também está à disposição”. Com Torino, a corda ficou mais esticada: “cada um escolhe seu caminho” e “não dá para ser independente querendo manter uma dependência” foram algumas frases ditas pelo governador.

Não emplacou
E Assumção? Voltou a falar da recomposição salarial das forças de segurança, criticou uma limitação para cursos de soldados, e fez perguntas sobre o recém-anunciado Plano de Investimentos Públicos (PIP), sugerindo que o governo do Estado omite verbas federais, na tentativa da fazer a mesma linha dos repasses aos estados anunciados pelo presidente Jair Bolsonaro da polêmica com governadores.

Obsessão
Naquela coisa de jamais esquecer o PT, até a ex-presidente Dilma Rousseff foi citada pelo deputado, também para variar, no sentido pejorativo.

Fake news
Casagrande também deu seus recados. Repetiu a existência de fake news, intolerâncias e mentiras sobre a gestão da pandemia do Estado, por “irresponsáveis que querem criar instabilidade”, e lembrou das ações que integrantes do governo moveram na Justiça contra essas medidas. Sobre as denúncias apontadas por Carlos Von, disse que ocorrem nesses mesmos movimentos de fake news e sem comprovação.

2022
Luciano Machado (PV), deputado governista, resolveu mexer diretamente no tabuleiro de 2022, ao questionar Casagrande se tem pretensão na disputa nacional. O governador reafirmou o convite do PSB, que foi noticiado há meses, mas pontuou que o ambiente atual não permite esse debate, o que fará somente na hora definitiva, na metade do próximo ano.

Segue…
Casagrande, no entanto, apontou que o “Brasil precisa de alternativa” e um “projeto que defenda a vida, a paz e o respeito às diferenças”. O governador, recentemente, defendeu a manutenção do diálogo do PSB com lideranças como o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), afastando-se da atual tendência de polarização entre Bolsonaro e Lula e das articulações para a disputa presidencial que envolvem o seu partido e o PT.

Elogios
O deputado estadual Rafael Favatto, para mais um dissabor dos bolsonaristas do Patriota, foi só elogios ao governador durante a prestação de contas. Exaltou as ações na área de Saúde, agradeceu a Nésio Fernandes, e disse que o Estado é exemplo para o País. Casagrande devolveu com um “obrigado pela confiança, amigo”.

Apoio
Aliás, foi extenso o coro de referências e agradecimentos ao secretário de Saúde, constantemente atacado no plenário da Assembleia, principalmente por Capitão Assumção, do mesmo partido de Favatto.

Igual
Danilo Bahiense (sem partido), apesar de crítico do governo, assinante de pedido de CPI e ligado aos bolsonaristas, manteve o padrão de sempre: abordou temas da Segurança Pública, de forma apaziguadora, e apresentou dados e sugestões.

Igual II
Sergio Majeski (PSB) também se manteve na sua temática principal, a Educação. Criticou a ausência do ensino médio noturno em 55 municípios capixabas, apresentou números de evasão escolar e abordou novamente a não aplicação do índice constitucional na área, que virou ação provocada por ele no Supremo Tribunal Federal (STF), com decisão favorável.

Diferente
Quem também ficou mais nesse campo do “diálogo”, depois de várias esbravejadas em plenário, foi Theodorico Ferraço (DEM). Perguntou do pagamento dos precatórios da trimestralidade, de obras antigas do sul do Estado, seu reduto eleitoral, e cobrou posicionamento de Casagrande em relação à extinção de 27 comarcas no Estado.

‘Time’
Além da vice Jaqueline Moraes (PSB), os secretários presentes à prestação de contas foram: Nésio Fernandes (Saúde), Vitor de Angelo (Educação), Gilson Daniel (Governo), Alexandre Ramalho (Segurança), Tyago Hoffmann (supersecretaria de Ciência e Desenvolvimento), Flávia Mignoni (Comunicação), Álvaro Duboc (Economia e Planejamento), Fábio Damasceno (Transporte) e Rogelio Pegoretti (Fazenda). Por lá, também, Luiz Cesar Maretto Coura, diretor-geral do Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado (DER).

Nas redes
“Ainda não é possível comemorar o fim do pesadelo que se abateu sobre o planeta, e precisamos continuar firmes e atentos aos cuidados com o controle da pandemia. Mas já olhamos para a frente com a confiança de quem vê, além de um porto seguro, a certeza de um tempo muito melhor”. Renato Casagrande, sobre o dia de prestação de contas.

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