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​Direita abandona Bolsonaro e vai às ruas em Vitória pelo impeachment

Manifestações da direita seguem no mesmo contexto das já realizadas pelo campo da esquerda

A ameaça de Jair Bolsonaro de endurecer o golpe de 2016 que possibilitou sua eleição em 2018 não alterou o posicionamento de movimentos e partidos do campo da direita, que romperam de vez com a atual gestão. Nessa quinta-feira (8), o “Vem Pra Rua” e “Movimento Brasil Livre” começaram a organizar uma manifestação para 12 de setembro, pedindo o impeachment do presidente, com o apoio do Partido Novo e de outras siglas, inclusive no Espírito Santo, algumas delas integradas por ex-apoiadores. Representantes da esquerda no Estado apoiam o movimento, mas destacam que as pautas devem ser separadas.

A movimentação, já confirmada em pelo menos 10 estados, segue no contexto dos protestos realizados pelo campo da esquerda, reunindo movimentos sociais, estudantes e professores universitários, partidos políticos e lideranças indígenas e religiosas, que levaram às ruas milhares de pessoas contra o governo Bolsonaro, a última no dia 3 deste mês. Os organizadores confirmam nova manifestação no dia 24 de julho e aceitam que “essas dissidência na direita favorece as democracia”, mas com ressalvas, como afirma Perly Cipriano, ativista político e uma das lideranças do PT no Estado.

“Eles não têm condições de levar o povo às ruas, como já fizemos nas três primeiras manifestações. Mas o movimento é legítimo, só não pode é misturar os projetos de cada grupo, porque são diferentes”, reforça Perly, se posicionando de acordo com o conceito de históricos movimentos políticos no mundo, criado por Vladimir Lênin, segundo o qual “deve-se golpear juntos, mas caminhar separados”.

É desse mesmo teor o entendimento do advogado André Moreira, do Psol, também um organizadores das manifestações ocorridas em Vitória. “Eles já estão vindo tarde, porque foram eles que colocaram Bolsonaro, mas antes tarde do que nunca”, diz, e emenda: “Só não pode é misturar a pauta nem as ações eleitorais”. Para André, a pauta da direita é a mesma que a de Bolsonaro.

Considerado “desonesto, falso, incompetente, despreparado, indeciso, autoritário e pouco inteligente”, segundo a última pesquisa Datafolha, Bolsonaro bateu o recorde de rejeição, que atinge 51% no mesmo levantamento, realizado nessas quarta e quinta-feiras (7 e 8). “Estamos incentivando os membros para a manifestação em setembro em favor do impeachment”, diz Orlando Resende, representante do Partido Novo no Estado.

Ele destaca que o Novo nunca foi bolsonarista, e sim “independente”, apesar do alinhamento com as pautas econômicas do governo, que atendiam à maioria de seus integrantes, formada por representantes da velha elite, profissionais liberais ricos e pessoal ligado ao mercado financeiro, inclusive seu fundador, o banqueiro João Amoêdo. “A politização da pandemia e as articulações como Centrão resultaram em medidas divergentes com o Novo”, completa Resende.

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