Ofício aponta elevado risco de contaminação nas unidades que abrigam jovens entre 18 e 21 anos
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) ainda não iniciou a imunização contra a Covid-19 dos jovens entre 18 e 21 anos incompletos que cumprem medidas socioeducativas. A informação é da Defensoria Pública do Espírito Santo (DPES), que, por meio da Coordenação e do Núcleo da Infância e Juventude, recomendou à gestão pública estadual que inicie a vacinação desse grupo.
O argumento utilizado pela DPES é de que há elevado risco de contaminação nas unidades socioeducativas e que pessoas privadas de liberdade estão entre os grupos prioritários da campanha de vacinação. A Defensoria aponta, ainda, que a transmissão do vírus entre os jovens pode colocar em risco também a vida dos trabalhadores do sistema socioeducativo.
Segundo o último levantamento do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF/CNJ), divulgado em junho, o Espírito Santo não registra mortes pela doença entre socioeducandos. Entretanto, entre os servidores do sistema, se comparado ao penúltimo levantamento, divulgado em fevereiro, o número de óbitos subiu de um para cinco.
Com o aumento no número de óbitos desses trabalhadores, o Estado saltou do último lugar no ranking para o quarto, posição que ocupa juntamente com Ceará, Pará e Paraíba. O primeiro colocado é São Paulo, com 33; seguido do Rio Grande do Sul, com oito; e Pernambuco, com sete.
Embora não tenha sido registrado nenhum óbito por Covid-19 entre adolescentes privados de liberdade, em meio a esse grupo foram detectados 143 casos da doença, deixando o Espírito Santo em terceiro lugar no ranking nacional juntamente com Alagoas. O primeiro colocado foi São Paulo, com 868; e o segundo, Ceará, com 242. No último levantamento, o Estado estava em terceiro lugar, com 101 casos de Covid-19 entre os socioeducandos.
Esse mesmo levantamento aponta que o Espírito Santo não forneceu ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dados sobre testes realizados e vacinas aplicadas tanto nos adolescentes privados de liberdade quanto nos servidores do sistema socioeducativo.
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