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‘A Gold luta por um país democrático e pelo fim do racismo’

Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade completa 16 anos em defesa dos direitos humanos e grupos sociais mais vulneráveis

Lissa de Paula/ Ales

Surgida em Colatina, noroeste do Estado, em defesa dos direitos da população LGBTQI+, a Associação Grupo Orgulho, Liberdade e Dignidade (Gold) completa 16 anos de estrada nesta quarta-feira (14), celebrando conquistas que, ao longo de sua história, beneficiaram muitos outros grupos sociais vulneráveis em praticamente todo o território capixaba.

“A Gold faz a defesa da democracia, do meio ambiente, dos povos tradicionais. E nesses 16 anos, muitas pessoas têm construído essa luta”, sintetiza Deborah Sabará, atual coordenadora de Ações e Projetos.

População em situação de rua, carcerária, negra… os projetos e ações da Gold nos últimos anos se voltaram com dedicação especial aos grupos sociais mais marginalizados. 

Já tendo atuado como presidenta do Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH), Deborah entende que o racismo é o preconceito estrutural, sobre o qual os demais se erguem, inclusive o autoritarismo político. Assim, do alto dos seus 16 anos, a Gold olha para o futuro como um tempo-espaço de luta pelo fim do preconceito de cor, como forma de reverberação sobre as demais lutas sociais.


“A Gold quer lutar por um país democrático e pelo fim do racismo. Nós temos a responsabilidade de fazer acabar o racismo no Brasil. Quando a gente conseguir fazer isso, automaticamente vamos derrubar o machismo, a violência contra a mulher e a LGBTfobia. Porque as pessoas vão entender que quem mais morre são mulheres pretas, que quem mais está em privação de liberdade são as pessoas pretas, que os jovens que mais morrem são os pretos, que as pessoas LGBTI+ que mais sofrem são as pretas. Tudo isso a gente vai conseguir dialogar se conseguir derrubar esse racismo”, expõe.
E a luta, explica a coordenadora, se faz no dia a dia das ações e projetos, mesmo quando os recursos financeiros ainda não estão disponíveis na medida desejada. “A Gold não espera recurso financeiro das pessoas para fazer as ações. A gente fez muitos projetos e ações sem recursos financeiros de nenhuma instituição privada ou pública. Quando chegou a pandemia, a Gold olhou a condição das pessoas em situação de rua e foi fazendo. E depois, as instituições públicas e privadas e as pessoas físicas foram chegando. Essa é a pegada da Associação Gold”, aduz.

Sede própria
A inauguração da sede própria, no último fevereiro, confere um sabor especial ao 16º aniversário. Foi uma das conquistas mais marcantes, avalia Deborah, e o objetivo foi atingido, que é servir como um espaço de referência para a população LGBTQ e demais grupos atendidos pelos projetos e ações.

Mesmo com as dificuldades extras impostas pela pandemia da Covid-19, a sede se mantém aberta e servindo a todos que precisam. Perguntada sobre a chave desse sucesso, Deborah responde que, para ela, “sucesso é ver que hoje muita gente conhece e muita gente foi auxiliada pela Gold. Foram muitas oficinas, palestras, formações. Rodamos a Grande Vitória e o Estado, levamos o nome da instituição para o Brasil. O sucesso é quando as pessoas agradecem, sabem que a Gold não fugiu à luta em busca de uma sociedade mais democrática”.

Mas, mesmo sem a despesa de aluguel mensal, manter a sede funcionando requer grande esforço para pagar condomínio, luz, telefone, internet e os gastos para manter os profissionais trabalhando. “Nem todos os parceiros de projetos permitem custear essas coisas, então a Gold precisa de muita ajuda das pessoas”, diz, ressaltando a campanha permanente de arrecadação de recursos, que é divulgada, também, neste aniversário.

“Queremos continuar com nossos projetos e ações pra população LGBT. Somos uma instituição ainda pequena, queremos cresce, ganhar projetos que geram formação, empregabilidade, renda para as pessoas, educação. Queremos continuar cuidando do meio ambiente, das crianças, dos idosos. E para isso, precisamos da ajuda de todo mundo”, convida.

Junta prato

Em suas redes sociais, a Gold explica que a festa de quarta-feira vai ser no esquema “junta prato”. “Cada um leva um quitute. Mas se você não pode, não tem problema, venha mesmo assim. A gente garante um bolinho”, convida a entidade.
Doações
As doações podem ser feitas por Picpay ou transferência/depósito bancário:

Pic Pay: @Associação GOLD

Transferência ou depósito em bancário:
Banco: Banestes (021)
Agência: 104
Conta Poupança: 2635038-9
CNPJ: 07.555.605./0001-98
Titular: Associação Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade – Gold

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