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O muro, de novo…

Mapa “Adeus Bolsonaro”, do ex-aliado Vem pra Rua, convoca pressão pelo impeachment a nove deputados do Estado

Reprodução/Mapa

Ex-apoiador de Jair Bolsonaro e hoje na articulação da direita para uma manifestação no dia 12 de setembro contra o presidente, o movimento Vem pra Rua realiza campanha na internet para forçar o posicionamento dos deputados federais em relação ao superpedido de impeachment protocolado por diversos partidos e lideranças políticas no final de junho. O “Mapa Adeus Bolsonaro”, divulgado nas redes sociais do movimento, incluindo do Espírito Santo, apresenta a lista, por estado, de parlamentares que já se posicionaram contrários, favoráveis ou “indefinidos”, considerando as manifestações públicas registradas até agora. Dos dez deputados da bancada capixaba, a maioria se enquadra na terceira condição, apesar da presença de nome próximo ao presidente, como Evair de Melo (PP), um dos vice-líderes do governo federal na Câmara. Com posições marcadas há muito tempo, sem deixar qualquer dúvida, estão Helder Salomão (PT), favorável, e, no lado oposto, Soraya Manato (PSL) e Neucimar Fraga (PSD). Os demais, mesmo diante dos graves episódios recentes da política nacional, se mantêm omissos na questão, como Amaro Neto (Republicanos), Da Vitória (Cidadania), Felipe Rigoni (sem partido), Lauriete (PSC), Norma Ayub (DEM) e Ted Conti (PSB). A campanha oferece os contatos de todos que se manifestam contrário ou “indefinidos”, convocando a população a pressioná-los. O principal alvo, como ressalta o Vem pra Rua ES, deve ser exatamente o grupo em que se localiza a maioria da bancada capixaba. “São os que mais precisam ser cobrados”, reitera a campanha, que também intensifica a chamada para o ato de setembro. “O maior estelionato eleitoral da história. Dia 12, vem pra rua gritar fora Bolsonaro”, anuncia a entidade do Estado.

Blindagem
No placar geral do Mapa, o movimento aponta 122 favoráveis, 45 contrários e 355 indefinidos. O superpedido de impeachment, que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda segura, precisa fechar 342 votos a favor em plenário. Antes dele, mais de 120 já haviam sido protocolados na Casa.

Tempo, tempo…
Protagonistas do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016, os movimentos nacionais Vem pra Rua e o MBL anunciaram, na última quinta-feira (8), o protesto nacional no dia 12 de setembro. A demora até lá tem como justificativa as previsões do calendário de vacinação.

Mobilizações
Desde então, os dois grupos no Estado estão ativos nas redes sociais, na meta da manifestação e, também, do impeachment.

Lista extensa
Entre as várias críticas feitas pelos movimentos capixabas, estão as denúncias de corrupção, caso Covaxin, desemprego, mais de meio milhão de mortos, inflação, escândalo da rachadinha e atraso nas vacinas.

Enquanto isso…
…um grupo chamado Direita Sensata ES, alinhado ao vereador de Vitória Gilvan da Federal (Patri), tenta reduzir os danos. Vai abrir vaquinha online para arrecadar recursos e instalar quatro outdoors – Vitória, Vila Velha, Cariacica e Serra – com a frase “Estamos contigo, presidente Jair Bolsonaro”.

Guerra interna
Gilvan, aliás, como esperado, fez novo vídeo disparando contra o presidente do seu partido no Estado, deputado Rafael Favatto, pelos elogios à gestão do governador Renato Casagrande na prestação de contas da semana passada. Há meses, ele está nesse único objetivo.

Mudanças
Coincidências à parte, o diretório da Capital vai mudar de mãos: sairá Leonardo Monjardim, para assumir o deputado Capitão Assumção, que é ligado a Carlos Manato, o provável candidato ao governo do grupo em 2022, e que já declarou publicamente acordo com Favatto caso se filie ao Patriota. É para esse partido que Bolsonaro quer ir, mas esbarra em obstáculos internos.

4º ato
Importante lembrar: antes do Vem pra Rua e MBL, voltam às ruas os movimentos de esquerda, estudantes, sindicatos e população indignada, para o quarto ato pelo impeachment, por vacinas e “comida no prato”. Será no dia 24 de julho, repetindo todos realizados até agora, com forte adesão em Vitória e municípios do interior do Estado.

Nas redes
“48,8% das mulheres brasileiras sofreram violência doméstica ano passado. O aumento foi significativo. Em 2019, o índice foi de 42%. Portanto, em briga de marido e mulher, se mete a colher sim. Denuncie. Disque 180. Não podemos naturalizar ou minimizar a violência. Vamos combater”. Erick Musso – Republicanos – presidente da Assembleia Legislativa.

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